Aloisio Bersch completa 50 anos de medicina e fala das vivências da profissão
No Arauto Saúde desta semana, conversei com Aloisio Bersch, que, no dia 2 de fevereiro, completou 50 anos de medicina atuando, principalmente, no hospital de Monte Alverne.
– Qual é o legado que você diria que deixou trabalhando em Monte Alverne?
"A vantagem de trabalhar lá é que tive um bom mestre que me ensinou a fazer medicina sem todos os avanços tecnológicos que existem, pois nem laboratório tínhamos. Mas isso me ensinou muito e me fez desenvolver uma medicina que sempre me satisfez e que gostei muito."
-Qual é a vantagem em ter a sabedoria que você tem hoje e que essa vivência lhe proporcionou?
"A grande vantagem que eu tive são três coisas que eu aprendi em Monte Alverne. Primeiro, foi que eu consegui atender três ou até quatro gerações de uma família e isso me deu uma confiança muito grande, uma amizade e carinho muito grandes pelos pacientes. Em segundo lugar, digo que é desenvolver a escuta com paciência, tocar o paciente, examinar o paciente e depois explicar o que aconteceu e que tipo de terapêutica utilizar. O terceiro ponto que destaco é minha facilidade para me comunicar em alemão. Tudo isso me fez passar por estes 50 anos. Fui me adaptando aos novos recursos e às novas técnicas, mas estes são os três pontos fundamentais."
-Ter um hospital próximo, como o de Monte Alverne, onde as pessoas daquela região tenham essa tranquilidade no atendimento também ajuda na recuperação?
"Ajuda muito, as pessoas chegam lá e dizem que se sentem em casa porque a gente dá um carinho, examina, ouve. A gente está sempre disponível, o que muitas vezes não é possível em hospitais grandes onde os pacientes são números. A gente conhece as pessoas pelo nome, sobrenome e sabe de onde é a pessoa. Isso facilita muito a confiança. "
-O senhor tem um modo natural de viver dentro de uma comunidade, conhecendo-a e exercendo a medicina como um dom.
"Eu sou apaixonado pelo que faço, gosto, me sinto feliz, tudo de bom que eu sou e consegui, devo à medicina. Principalmente porque me sinto feliz em fazê-la."