Estiagem faz entregas de água dispararem em Vera Cruz

A estiagem que assola Vera Cruz e região tem feito disparar o número de entregas de água no interior. Somente na última semana, os dois caminhões que fazem o serviço na Prefeitura entregaram 30 cargas, de um total de 70 realizadas desde dezembro. Diante de uma demanda cada vez maior – em que estão sendo realizadas de oito a 10 entregas por dia – uma força-tarefa está ocorrendo para levar água no interior. Ao mesmo tempo, ocorre o abastecimento para consumo humano, em que o Corpo de Bombeiros já levou aproximadamente 20 mil litros de água potável somente na última semana. Desde outubro de 2022, já foram 140 mil litros para consumo humano levados em 15 localidades do interior.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Mártin Nyland, estão sendo utilizados um caminhão da Prefeitura e outro terceirizado para fazer o transporte de água nas localidades do interior. A falta de água para os animais infelizmente já não é mais uma novidade no município. Em 2020, foram 100 cargas entregues, número que reduziu para 50 em 2021, mas que voltou as 100 em 2022. Já em 2023, caso não chova nas próximas semanas, é possível que a marca de 100 entregas seja facilmente atingida. Para o secretário, a atual situação é preocupante, tendo em vista que não estão previstas chuvas volumosas para os próximos dias. “Estamos realizando entregas de água todos os dias nas propriedades. A chuva do fim de semana não teve impactos significativos para armazenamento. Além de fazer esse trabalho de entrega, o Município está com quatro retroescavadeiras realizando a limpeza de açudes para que os animais possam beber. Até pedimos a compreensão dos agricultores que não estão conseguindo horas-máquina para outros serviços,  pois as máquinas estão ocupadas”, destaca.

Entrega aguardada

Na manhã desta segunda-feira, dia 23, as equipes que levam as cargas de água ao interior já estavam a todo vapor. No Corredor Tornquist, o agricultor Valdir Barbosa da Silva, de 59 anos, estava ansioso pela chegada do caminhão. Tendo como principais fontes de renda o cultivo de milho e a criação de gado, o vera-cruzense conta que teve de tirar alguns animais do local por conta do baixo nível de água. “É o segundo ano que solicito a entrega de água. Estou com 10 animais bebendo desse açude todos os dias, tinha mais animais aqui, mas por conta do baixo nível, levei eles para outro lugar, se não já teria acabado há muito tempo a água. É muito triste essa situação”, lamenta o agricultor.