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Arauto Saúde: como saber se sou dependente químico?

Publicado em: 25 de novembro de 2022 às 17:37 Atualizado em: 04 de março de 2024 às 12:16
Foto: Getty Images
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Psicólogo Antônio Weber detalha principais características que caracterizam um individuo dependente

Ainda que possa ser mais comum do que se imagina, a dependência química, muitas vezes, pode não ser percebida, ou até mesmo, não ter a sua gravidade considerada. Para falar sobre o assunto, o convidado do Arauto Saúde desta semana é o psicólogo Antônio Weber, que atua junto à Comunidade Terapêutica Recomeçar, de Santa Cruz do Sul, entidade que atende e acolhe dependentes químicos. Conforme o profissional, trata-se de um tema complexo, uma vez que muitas pessoas preferem não encarar o problema. “Muitas pessoas sofrem nesta situação, e não só o dependente químico, mas também todos aqueles que convivem com ele, que sofrem junto e merecem receber a devida atenção”, observa. 

A dependência química, afirma Weber, é uma doença crônica, progressiva e fatal, que pode ser identificada a partir de alguns sinais. “Existe o caso do sujeito que só bebe no fim de semana e no restante da semana não. Esse é ou não dependente? E aquela pessoa que todos os dias ingere seu cálice de vinho, é ou não dependente? Aí me valho de uma frase de um psiquiatra gaúcho, Sérgio de Paula Ramos, que diz o seguinte: o dependente químico é aquele sujeito que ao ingerir bebida alcoólica passa a apresentar problema de qualquer natureza: físico, de comportamento, responsabilidade, financeiro, no trabalho, na família”, esclarece. 
Quem vai perceber esse comportamento, cita Weber, são as pessoas ao redor do dependente químico. “Se pensarmos, um indivíduo que bebe só fim de semana, mas passa a apresentar problemas, discute, grita, corre gente de dentro de casa, ou na segunda-feira não vai trabalhar, porque bebeu demais. Esse sujeito, no entender das pessoas que o cercam, é um dependente. Agora, se é aquela pessoa que no fim de semana toma uma cerveja, fica tranquilo e na segunda vai trabalhar tranquilamente, esse não é dependente”, frisa. 

Assim, segundo o psicólogo, algumas mudanças que chamam atenção no dependente químico são: a  mudança na forma de se comportar ao ingerir alguma droga, quando passa a tomar porres seguidamente e apresenta amnésia alcoólica – estado em que não lembra o que fez – entre outros.