Levantamento feito pela polícia mostra que são, pelo menos, 53 mortes que têm envolvimento do grupo criminoso
O delegado regional Luciano Menezes detalhou, durante o depoimento feito em júri, as mudanças que ocorreram na cadeia de comando do crime organizado do Vale do Rio Pardo ao longo da última década. A fala ocorreu nessa quarta-feira (29) e ganha destaque o fortalecimento da facção Os Manos, conhecida por se dedicar ao tráfico internacional de drogas, roubos e comércio ilegal de armas.
Segundo Luciano Menzes, até 2013, as atividades criminosas eram lideradas, em Santa Cruz do Sul e nos municípios vizinhos, pelo Sindicato do Crime. Meses antes, em junho de 2012, a Polícia Civil fez uma apreensão histórica. Foram encontrados 451 quilos de cocaína pura em um sítio de Candelária, escondidos em tonéis enterrados no meio de uma lavoura. Com auxílio de uma retroescavadeira, os agentes reviraram todo o terreno.
A droga localizada seria parte de um esquema internacional e representou um grande prejuízo para os criminosos. De acordo com as informações levantadas pela investigação da época, a cocaína pura era importada da Bolívia, sendo transportada de caminhão até o Rio Grande do Sul. No sítio, uma fração era transformada, em um laboratório, em crack. O local era considerado ponto estratégico já que a droga era entregue a pequenos traficantes, responsáveis pelo abastecimento dos Vales do Rio Pardo e do Taquari e parte da Região Metropolitana.
“Como nós apreendemos uma quantidade grande no centro de distribuição, a facção [Os Manos] olhou para Santa Cruz e viu que a região era um lugar promissor e resolveu se estabelecer aqui”, disse. Antônio Marco Braga Campos, conhecido como Chapolin no meio policial, que está há quatro anos no sistema federal, já exercia a liderança. Para Menezes, o grupo se consolidou a partir da violência. Diretores do tráfico, como Tatu e Anão, por exemplo, foram mortos.
Com as execuções, os escalões intermediários e menores resolveram baixar a cabeça para a facção Os Manos. “O Antônio Marcos Braga Campos é um cara bastante desesperado e é um homem mau. Ele ordenou uma série de homicídios”, pontuou. Um levantamento feito pela polícia mostra que são, pelo menos, 53 mortes que têm envolvimento do grupo criminoso em Santa Cruz, sendo que grande parte das ações eram filmadas. “Ele [Chapolin] gostava de ter acesso às execuções. Ele pedia para ver vídeo”, finalizou.
Notícias relacionadas
Mulher denuncia importunação sexual no Centro de Santa Cruz
Vítima estava caminhando quando teria sido abordada por um homem em um Fiat Uno vermelho
Três acidentes são registrados em Venâncio Aires em pouco mais de uma hora
Sinistros envolveram carros, motos e caminhão, e aconteceram na região central e no interior do município
Moradores de Venâncio Aires são flagrados com drogas na RSC-287
Eles foram abordados pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar
Caminhão sai da pista, tomba no Bairro Country e deixa três feridos
Fato aconteceu por volta das 11h desta quinta-feira, em Santa Cruz