Fundadora da Associação de Prevenção do Câncer de Colo de útero (APCOLU), Denise Müller, destaca a importância da vacinação para evitar a incidência da doença
Com a criação em abril de 2022 da Associação de Prevenção do Câncer de Colo de útero (APCOLU), em Santa Cruz do Sul, um importante passo para a conscientização e prevenção desse tipo de doença tão comum entre as mulheres foi dado. No entanto, como é um tipo de câncer que demora muitos anos para se desenvolver, muitas vezes não se é dado a devida importância. A principal causa é a infecção por alguns tipos de vírus chamados de HPV – Papiloma Vírus Humano. Para falar um pouco mais sobre a APCOLU e necessidade de debate sobre a doença, a convidada desta semana do Arauto Saúde é a ginecologista Denise Müller.
Sobre a APCOLU, a ginecologista conta que mesmo sendo uma associação criada há pouco tempo, já é possível entender a importância do grupo na vida de muitas pessoas. “A gente sabe que existem ferramentas e estratégias que permitem que a gente possa informar as pessoas, para que no futuro essa doença seja erradicada. Atualmente, o câncer de colo de útero é o terceiro que mais acomete as mulheres no Brasil e o quarto que mais acaba vitimando elas. Na parte ginecológica, só fica atrás do câncer de mama”, salienta Denise.
O câncer de útero em 100% dos casos é causado pelo vírus do HPV, que também é responsável por mais outros cinco tipos de tumores. Dessa forma, adotar os cuidados contra esse vírus é primordial. “Existe vacina gratuita contra o HPV na rede pública de saúde para as meninas de nove a 10 anos, e para os meninos de 11 aos 14 anos, sendo em ambos os casos necessárias duas doses. Após os 14 anos, ela só é encontrada na rede particular, o que afasta muitas famílias da imunização, tendo em vista que cada dose custa R$ 700 (recomendado três doses)”, conta.
Assim, o trabalho da APCOLU é incentivar quem tem condições a se vacinar, e conscientizar as famílias para que levem suas crianças para se vacinarem quando ainda é gratuito. “A vacina está em todos os postos. Se as crianças se vacinassem e as mulheres fizessem o pré-câncer, essa doença estaria praticamente erradicada no futuro”, finaliza a ginecologista Denise Müller.