Portadora da condição, Vitória Heck Soder, de 13 anos, e a mãe Fernanda Heck Soder detalham como é conviver com a doença
Caracterizada como uma anomalia congênita autossômica recessiva, ou seja, presente desde o nascimento do indivíduo, o situs inversus, popularmente conhecido como órgãos invertidos, afeta os principais órgãos do tórax e do abdômen, fazendo com que eles se situem em uma posição espelhada em relação à topografia habitual. Desta forma, o coração, por exemplo, em vez de estar localizado no lado esquerdo, fica no direito. Para falar um pouco sobre as particularidades dessa doença, as convidadas desta semana são a portadora da anomalia, Vitória Heck Soder, de 13 anos, e a mãe Fernanda Heck Soder.
Conforme a mãe, a descoberta de que a filha teria órgãos invertidos aconteceu após ser realizada a ecografia para saber o sexo do bebê. Assim, para a surpresa de todos, foi descoberto que ela tinha o coração invertido, e depois de algum tempo, se viu que na verdade todos os órgãos se encontravam na mesma situação. Essa situação é conhecida como situs inversus totalis, em que todos os órgãos localizados no tórax e no abdômen estão invertidos. “Estava com quatro meses de gravidez. Na época, o médico falou que a gente tinha que ficar atenta, pois tinham casos semelhantes em que o coração se inverteu, mas as ligações sanguíneas não estavam corretas, e aí tinham que fazer cirurgia após o nascimento ou durante a gravidez”, salienta.
O parto de Vitória foi realizado em Porto Alegre, e felizmente não teve nenhuma complicação durante a cirurgia, tanto é, que no dia seguinte, ela fez ecografia do coração e do abdômen para saber se estava bem, e não constatou nenhum problema. Hoje, a jovem tem uma vida normal e até conta para alguns colegas sobre a sua situação. “Nunca senti nada de anormal, até contei para alguns colegas que vivo com alguns órgãos invertidos. Tenho uma vida muito saudável”, conta a jovem Vitória.