Localizado no Arroio Grande, empreendimento usa mão de obra prisional para confeccionar produtos rústicos
Através de uma proposta social e também buscando transformar vidas, a loja Mestre Carpinteiro foi inaugurada no último sábado (11) em Santa Cruz. Localizado na Avenida Deputado Nicolau Euclides Kliemann, número 354, no Bairro Arroio Grande, o empreendimento contempla materiais rústicos e conceituadas marcas de móveis MDF, MDP, colchões, cozinhas, estofados, sendo possível encontrar móveis para todos os ambientes e estilos. O foco principal é a madeira maciça, ou seja, material rústico.
Mas o local não se diferencia apenas pela venda de materiais rústicos. Há um trabalho social forte por trás da venda dos produtos. O proprietário, Fabrício Lopes Rodrigues, conta que a empresa Mestre Carpinteiro surgiu após uma simples ideia de produzir móveis rústicos. Os trabalhos iniciaram em Linha Pinheiral, mas o empreendimento foi crescendo e, em 2020, uma outra alternativa de trabalho foi buscada. Ele explica que surgiu a oportunidade de fazer um trabalho junto ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, possibilitando que apenados – em um espaço dentro do presídio – pudessem contribuir com as atividades de confecção dos materiais.
O projeto de ressocialização junto à Susepe, de acordo com Rodrigues, visa dar ao apenado a oportunidade de ele ter uma renda. Com isso, também ganham a remição de pena, sendo que três dias trabalhados equivalem a um dia a menos de pena. Atualmente são 11 apenados que contribuem para a confecção dos produtos do início ao fim e que são vendidos na loja Mestre Carpinteiro. Dentro do próprio presídio está instalada a fábrica para a confecção.
Contente com o sucesso da iniciativa, Rodrigues comenta: "Sempre gostei de fazer algo pelo próximo. Somos cristãos e o nome Mestre Carpinteiro já é uma alusão a Jesus Cristo. Com ele aprendemos a amar o próximo. Essa obra social vem pra unir um desejo que sempre tive no meu coração de ajudar as pessoas". Além disso, ressalta que muitos apenados contam que desejam se envolver com o projeto quando saírem do presídio. Além de capacitação profissional, é dado um apoio emocional e espiritual que, segundo ele, transformam vidas.