Médico-cirurgião de cabeça e pescoço Fábio Girardi detalha riscos que envolvem a doença
Mesmo sendo considerada uma doença de baixa incidência entre a população brasileira, a atenção com o câncer de boca não deve ser deixada de lado. Este tipo de câncer afeta, principalmente, os lábios e o interior da cavidade oral, o que inclui gengivas, mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da boca), língua (principalmente as bordas), assoalho da língua (região embaixo da língua) e amígdalas. Para falar um pouco mais sobre a importância dos cuidados e a situação da doença na região, o convidado desta semana do Arauto Saúde é o cirurgião de cabeça e pescoço Fábio Girardi.
Segundo o especialista, mesmo o câncer de boca sendo uma doença de baixa incidência na população geral, o fato de haver muitas pessoas consumindo o tabaco na região faz com que haja uma preocupação maior. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca eram tabagistas. “No nosso meio, atendemos um perfil de população com alta prevalência de consumo tabagista, o que aumenta o risco de câncer de boca. Ainda, uma parte da população tem como hábito consumir bebidas alcoólicas, o que também aumenta o risco de câncer de boca. Assim, naturalmente a gente tem uma parcela da população com esse tipo de doença”, salienta. Em números, na microrregião de Santa Cruz do Sul, nos últimos 10 anos houve entre 260 e 270 casos de câncer de boca, o que representa entre 25 e 30 casos por ano.
Conforme Girardi, existem alguns sintomas que devem ser observados em caso de permanência prolongada. “As lesões que geram suspeitas são feridas que demoram em cicatrizar, sendo essa a apresentação mais típica da doença. A grande maioria dos tumores que se manifestam na boca está localizada na língua e no assoalho da boca, porque essa região fica abaixo da língua. Essa doença não se manifesta apenas em feridas abertas, também pode ser observada em forma de caroços. Às vezes se tem uma lesão pequena na boca, mas o caroço já está no pescoço, o que significa que a doença já possa ter migrado”, finaliza.