Evento volta a ser realizado depois de dois anos sem a realização por causa da pandemia da Covid-19
A abertura da Expoagro Afubra 2022, na manhã desta quarta-feira, 23 de março, foi marcada por otimismo em relação ao futuro do setor agropecuário, mas também com reflexões sobre os entraves que atingem o setor rural. Manifestações sobre a importância da produção rural para alavancar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foi a tônica da solenidade que marcou os 20 anos de realização da Expoagro Afubra e o aniversário de 67 anos da Afubra e contou com a presença de autoridades nacionais, estaduais e regionais e representantes de entidades, órgãos e instituições ligadas ao agro.
Depois de dois anos sem a realização do evento por causa da pandemia da Covid-19, a edição deste ano foi especialmente preparada para oferecer o máximo em inovações e tecnologias direcionadas ao setor, especialmente para a pequena propriedade rural. Com o tema “Transformação, Inovação e Produção Sustentável”, a feira tem a proposta de viabilizar aos produtores rurais, acesso a novas tecnologias e experiências a serem colocadas em prática nas suas propriedades. Em seu pronunciamento, o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, disse que a expectativa é de levar aos produtores muitas novidades, como, por exemplo, a programação do Espaço da Inovação do Agro e a exposição de animais, que passa a contar com a mostra de cavalos crioulos no quarto dia do evento.
Werner aproveitou a presença dos representantes dos poderes legislativo e executivo e pediu que haja desburocratização nas licenças nos órgãos ambientais, especialmente nas questões ligadas ao armazenamento de água nas propriedades rurais. “Precisamos de água para produzir alimentos e, para isso, precisamos de recursos para realizar obras para reter a água quando a temos em abundância”, salientou. Em anos com clima favorável, a agropecuária avança”, disse. “Em 2020, a agropecuária gaúcha, afetada pela estiagem, teve queda de 29,5%. E em 2021, com clima mais favorável, a agropecuária gaúcha avançou 67%”, ilustrou. O presidente da Afubra também solicitou atenção dos representantes da classe política aos fatores que envolvem a disparada nos preços dos insumos agrícolas, que afetam o custo de produção, prejudicando o setor rural.
Em seu pronunciamento, a deputada estadual Kelly Moraes, representando a Assembleia Legislativa, disse que em 2022 está ocorrendo a Expoagro Afubra da retomada, prometendo ser de grande sucesso, pois trata sobre um setor de grande importância. “Temos aqui 470 expositores”, salientou, lembrando a importância das novidades apresentadas. Ao citar os colegas deputados estaduais e os deputados federais presentes à solenidade, ela disse que são defensores da agricultura e, também, da fumicultura, e que o setor do tabaco precisa de mais apoio da classe política em Brasília. “Esta é a maior feira da agricultura familiar e são homens e mulheres que constroem o nosso Rio Grande do Sul”, finalizou.
Ao fazer uso da palavra, o deputado federal Heitor Schuh lembrou que a Afubra surgiu para criar o seguro mútuo, que assegura contra prejuízos causados por granizo. “Mas a Afubra é mais do que isso, é também exemplo do Verde é Vida, da coleta de óleo saturado, de sementes e de incentivo ao plantio florestal”, disse. O parlamentar falou ainda que são necessárias melhorias no orçamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pois a agricultura familiar não vive sem política pública. “O maior problema do pequeno produtor nem é o trabalho pesado, é chegar ao final da safra e não ter renda”, ressaltou.
Por sua vez, o senador da República Luis Carlos Heinze, lembrou que a Expoagro Afubra é, seguramente, o maior evento do Brasil da agricultura familiar. Com relação à estiagem, ele disse que houve decisão favorável sobre o abate no custeio das parcelas do Pronaf para os produtores dos municípios que sofreram com secas. Heinze também anunciou que, na semana que vem, deverá ser aprovado o PRN (Projeto de Resolução do Congresso Nacional) de derrubada de um veto para resolver a liberação do crédito rural geral da safra 2021/2022”, disse. Com relação à questão dos insumos, o parlamentar anunciou que está sendo desenvolvido um novo produto que irá diminuir a dependência dos fertilizantes NPK na produção agrícola. “São novas tecnologias que nós precisamos”, salientou.
O prefeito de Rio Pardo, Edivilson Brum, disse que o homem do campo encerra um ciclo a cada outono e que, além de superar ciclos, é preciso tirar ensinamentos. “O produtor rural vive de eficiência, precisa ser competitivo, superar o mercado, custo altos e legislação arcaica e, ainda assim, ser eficiente”, enfatizou. “O produtor rural gera segurança, emprego, renda e serviços e não pode ser punido nem desamparado, acrescentou. O agro cresceu e não há mais lugar para amadorismo. É hora de deixar as ideologias de lado. Urgem mudanças de legislação ambiental para que, com segurança jurídica, possamos armazenar água”, disse. “O desafio é grande, do tamanho do setor primário brasileiro”, finalizou.
E o vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, disse que a Expoagro Afubra representa a importância da agricultura familiar. “Na Expoagro Afubra 2019, quando estive aqui representando o governo do Estado, passávamos por dificuldades extremas, com folha de pagamento em atraso”, disse. “E agora, depois de dois anos, conseguimos superar as dificuldades das contas públicas, os salários estão em dia e temos projetos de investimento”, comentou. “Só na agricultura, são mais de R$ 200 milhões em investimento”, anunciou, lembrando que a agricultura representa 40% do PIB gaúcho.
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