Entre os diferenciais, as especialidades vão muito além de diagnóstico e tratamento de problemas de saúde, focando também nos hábitos diários dos pacientes
Focada na qualidade de vida e bem-estar das pessoas, a medicina integrativa alia as abordagens terapêuticas buscando garantir a saúde contínua do paciente. Neste sentido, ela vem sendo cada vez mais utilizada com os idosos e se tornou uma das aliadas da geriatria, que por sua vez visa promover o envelhecimento saudável. Para falar sobre o assunto, a convidada do Arauto Saúde desta semana é a médica especialista nestas áreas, Jaqueline Kniphoff.
A profissional esclarece que a medicina integrativa não é considerada uma especialidade médica, mas é uma forma de abordagem que envolve diversas áreas da medicina. “Nela, investigamos mais a fundo sobre o paciente e seus hábitos, indo além do simples diagnóstico e tratamento. Entramos na questão dos hábitos alimentares, que é algo fundamental, pois acredito que o nosso padrão alimentar atualmente seja o grande causador das doenças do mundo moderno. Também avaliamos como está a prática de exercícios físicos, a rotina de sono, o gerenciamento de estresse, enfim, são várias áreas analisadas em um paciente”, explica.
Essa área, afirma a médica, leva em conta a diferença entre a idade cronológica e a biológica de cada paciente. Segundo Jaqueline, a legislação considera idosa a população acima de 60 anos, contudo, reflete que alguns pacientes nessa faixa etária possuem hábitos muito mais saudáveis que pessoas de 40 anos, por exemplo. “Falamos muito sobre a melhor idade, mas isso é muito relativo. Têm pessoas que aos 70 ou 80 anos sentem que estão vivendo a melhor fase de suas vidas. Por outro lado, outras de 30 ou 40 anos não sentem o mesmo”, observa.
A medicina integrativa e a geriatria, ao buscar promover os hábitos saudáveis, trabalham também questões como o desmame de medicações. “Muitos deles fazem uso diário de mais de cinco, 10 medicamentos e, neste sentido, buscamos diminuir esse consumo, adotando atividades saudáveis, propondo que cada um assuma as responsabilidades sobre sua vida e saúde”, esclarece. “Passou o tempo em que se ia no médico, se recebia o diagnóstico e o tratamento e ficava nisso. Hoje, as condutas são compartilhadas e se conversa mais com o paciente sobre a melhor alternativa para o seu problema, o que ele pode fazer. Tudo é possível para envelhecer com mais saúde, basta ter a atitude de cuidar e olhar mais pra si”, arremata.