Serão coletadas amostras de testes antígenos positivos para detecção de variantes
O projeto para realização do sequenciamento genômico para a detecção de variantes do novo coronavírus na região possibilitará que novas estratégias de enfrentamento ao vírus possam ser realizadas. O trabalho funcionará através da coleta de testes antígenos positivos em municípios que integram o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale). O sequenciamento e coleta das amostras serão realizados pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). O objetivo do projeto é detectar quais variantes circulam na região e o impacto delas na comunidade do Vale do Rio Pardo.
A professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde, Lia Possuelo, explica que este trabalho já é realizado por algumas universidades e no Lacen/RS. “Nós já pensamos no projeto na metade do ano de 2020, mas devido a queda dos casos, entendeu-se que não fosse necessário naquele momento, pois o trabalho era realizado em Porto Alegre. No entanto, devido a explosão de casos e a chegada da nova variante, entendemos que deveríamos apresentar essa proposta ao Cisvale”.
Com a firmação da parceria, este será um trabalho inédito na região, e a pesquisadora acredita que através da coleta positiva de antígeno Covid seja inédito no Rio Grande do Sul. “Não conheço outro lugar que faça”, lembra.
A pesquisa, além de mapear como está ocorrendo a disseminação das linhagens do SARS-CoV-2 na região, vai mapear os riscos e gravidades da Covid-19. Conforme o infectologista Marcelo Carneiro, será possível utilizar as informações para mobilizar a população a manter o distanciamento social e fazer o uso da máscara. “Será possível verificar se há uma gravidade maior com uma determinada espécie de linhagem, e assim, poderemos intervir na questão da vacinação dos grupos com maior risco”.
Conforme Lia Possuelo, atualmente os testes que são feitos não são usados para pesquisa, então, se a pessoa testou positivo, por exemplo, não se sabe se é uma variante ou não. “Por isso a importância de fazer esse monitoramento”.
O trabalho se dará nos municípios através dos setores da vigilância epidemiológica de cada local, que assim que coletados os materiais, serão enviados à Unisc para realização da detecção. “Estamos realizando reuniões para operacionalizar a coleta”. As coletas devem começar após uma reunião com os munícipios, o que deve ocorrer na próxima semana.
A pesquisadora explica que a coleta do material será de forma aleatória entre as pessoas que forem fazer um teste Covid. A pessoa será questionada se quer participar do projeto e assina um termo de consentimento. “Poderemos utilizar dados como se ele foi vacinado com uma ou mais doses e qual o tipo de vacina. Com essa gama de informações clínicas vamos poder começar o sequenciamento genético”. O local das coletas ainda não está definido, mas deve ocorrer nos postos de saúde.
O tempo de duração do projeto é estimado em um período de seis meses, por ser complexo e as análises são mais demoradas, mas conforme Lia Possuelo, os resultados serão divulgados semanalmente. “A cada semana entregaremos os resultados para o Cisvale. Então, a partir do momento que a gente conhece o tipo de variante circulado, poderemos adotar novas estratégias para o controle da doença”, disse.
O projeto, financiando pelo Cisvale, irá envolver dez pessoas, entre professores e pesquisadores, além do médico Marcelo Carneiro e a pesquisadora Andreia Valim.
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