Desde a chegada à região, em 1988, o médico sempre lutou pela modernização do atendimento em saúde, construindo um legado
Ele é figura emblemática na comunidade local. Reconhecido pelo atendimento qualificado no consultório e na mesa de cirurgia – desde a formação em medicina, há mais de três décadas. O médico cirurgião e clínico geral Neori José Gusson, ou simplesmente Dr. Neori, como é conhecido pela maioria, construiu um legado na região. Desde a chegada à Capital das Gincanas, em 1988, demonstrou ter visão além de seu tempo, determinado em oferecer assistência em saúde mais moderna e melhor equipada à população que buscava atendimento junto ao Hospital Teresa – atual Hospital Vera Cruz.
Também, sempre esteve envolvido em atividades administrativas paralelamente a medicina. Atuou como diretor técnico dos hospitais Santa Cruz e Vera Cruz, foi vice-presidente da Fundação de Saúde Dr. Jacob Blész e vice-prefeito de Vera Cruz. Neori já ocupou, ainda, funções de gestão na Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo (Unimed VTRP) nas últimas duas décadas, tendo sido vice-presidente nos últimos seis anos. Hoje, aos 61 anos, tem pela frente mais um desafio: assumir a presidência da Unimed VTRP, na gestão 2021/2024. Compromisso que vai trilhar apostando na valorização das pessoas e na construção do trabalho em equipe – como sempre fez ao longo de sua trajetória.
NA MEDICINA, VOCAÇÃO
Sua história teve início na cidade de Sério, onde nasceu. Ainda jovem, após a quinta série, buscou os estudos junto aos seminários, onde permaneceu até os 17 anos. Posteriormente, trabalhou por um ano em uma churrascaria de Porto Alegre, na qual era auxiliar de churrasqueiro. Mas foi somente quando ingressou no curso de Medicina, na Universidade de Caxias do Sul, que encontrou sua verdadeira vocação – dando os primeiros passos na área da Saúde. “No 6º ano de faculdade fiz estágio no Rio de Janeiro, no Hospital Municipal Souza Aguiar. Na cidade fiz também residência em Cirurgia Geral, na Santa Casa. De lá, fui para Capitão Leônidas Marques, próxima a cidade de Cascavel, onde exerci a profissão por alguns meses, até me mudar para Vera Cruz”, afirma ao citar que inicialmente tinha outros planos. “Quando estava na residência tudo se encaminhava para que eu fosse para a região mais do Nordeste do país. Recebi propostas de trabalho em Palmas, Rio Branco e Ilhéus, mas minha esposa [Márcia] não quis e acabamos voltando para o Sul do Brasil”, conta.
A CHEGADA AO HOSPITAL TERESA
Neori relembra que nos primeiros anos, quando chegou à Capital das Gincanas e passou a atuar no então Hospital Teresa, um de seus objetivos foi estimular a evolução da instituição de saúde. “Juntamente com os proprietários, buscamos modernizar o Hospital para realizar cirurgias e melhor atender a população”, afirma. Neori, inclusive, foi um dos profissionais que puxou a frente nessas mudanças, entre elas, para adquirir equipamentos. “Foram adquiridos equipamentos mais modernos que possibilitavam que os profissionais pudessem exercer a profissão com uma estrutura ainda melhor”, complementa.
As lembranças que marcaram a profissão; e os planos para o futuro
Dos primeiros tempos em Vera Cruz, o médico recorda que era comum os pacientes baterem na porta de sua casa de madrugada a procura de atendimento. “Não tinha um plantão fixo para os médicos, então as pessoas ligavam ou nos procuravam a hora que precisavam, em qualquer momento do dia ou da noite. Aí quando vinham bater na minha porta, fazia os primeiros atendimentos num espaço reservado para isso em casa e, se necessário, encaminhava ao Hospital”, revela. Quando seu consultório foi estruturado, os pacientes ligavam e ele os encaminhava para o local, sem pensar duas vezes em se deslocar para atendê-los, fossem duas horas da tarde ou da madrugada.
Entre as memórias marcantes – e que mechem a fundo com as emoções do médico – cita quando o Dr. Milton Pokorny o convidou para ser seu vice-diretor no Hospital Santa Cruz e diretor técnico da instituição. Na época, já fazia parte do corpo clínico dos hospitais Santa Cruz e Ana Nery. “Foi uma experiência muito gratificante. Hoje dá um frio na barriga só de pensar, pois quando se está atuando em Vera Cruz há apenas três anos e um profissional do nível do Dr. Milton te convida para ser parceiro, não dá pra pensar, isso vira uma missão”, conta emocionado.
Tamanha vontade de fazer mais e melhor pela população do município e da região – seja no consultório ou nos hospitais – fez com que ficasse conhecido entre os colegas de profissão como “O especialista” – já que interagia diariamente com médicos de Santa Cruz do Sul, encaminhando pacientes para as especialidades e o atendimento diferenciado que entendia que precisavam, embora tivesse conhecimento suficiente para realizar tudo em clínica médica.
A UNIMED VTRP
O médico lembra como se fosse hoje quando foi acolhido pela Unimed VTRP. Desde então, segundo Neori, apostou em uma carreira mais eclética, olhando também para o cooperativismo. “O cooperativismo traz os valores humanos numa clareza inquestionável e, ao mesmo tempo, busca o equilibro econômico. Essa mescla de pessoas administrando bem e valorizando o capital acaba dando um resultado muito gratificante para a sociedade. Apara distorções econômicas e sociais e, no nosso contexto, isso valoriza o trabalho médico, dentro de um equilíbrio pouco mais aceitável do que a pressão do contexto econômico por si só. O médico, em um primeiro momento, não costuma olhar para a questão administrativa e econômica, olha muito para a questão técnica, daí fica um viés de economia delicado no conduzir a questão administrativa, e a cooperativa fez isso ao longo dos anos pelos médicos cooperados”, frisa.
Vivenciar toda essa história faz com que Neori hoje se considere um homem e um profissional equilibrado. Um cidadão extremamente realizado, feliz com a trajetória na política, mas acima de tudo, na medicina, que trilhou ao longo das últimas décadas. Nos próximos anos vai assumir projeto de trabalho técnico/administrativo junto à Unimed VTRP e não deixa de traçar planos para um futuro mais a frente. Ainda quer se dedicar por um longo período à medicina e quando deixar a profissão irá passar mais tempo com a esposa Márcia – com quem é casado há mais de 30 anos – e os filhos João Victor e Ana Cláudia, além de, quem sabe, seguir no cultivo de uvas, experiência que irá começar em junho deste ano ao lado de familiares.