Médico neurocirurgião Telmo Tiburcio detalha como o aneurisma cerebral pode prejudicar o cérebro e impactar na qualidade de vida.
Responsável por coordenar a maior parte das funções do nosso corpo, o cerébro é uma complexa estrutura que cada vez mais tem sido objeto de estudos que buscam esclarecer de forma detalhada os mistérios que envolvem um dos órgão mais importantes do corpo humano. O médico neurocirurgião Telmo Tiburcio é o convidado dessa semana do Arauto Saúde e detalha como o aneurisma cerebral pode prejudicar o cérebro e impactar na qualidade de vida.
Segundo o especialista, o aneurisma cerebral é um defeito na artéria do cérebro. Geralmente, esses defeitos ocorrem em um ponto específico da parede arterial. Como forma de exemplo, o médico explica que a parede arterial é como um cano, que em um certo ponto, uma bexiga se forma para fora desse cano e o sangue começa a pressionar essa bexiga. Essa pressão, que ocorre em razão do fluxo sanguíneo nas artérias ser mais intenso, acaba gerando a propensão a uma ruptura dessa bexiga, podendo ocasionar hemorragia.
O primeiro sintoma de um aneurisma cerebral, segundo o especialista, é a cefaleia súbita, uma forte dor de cabeça que pode vir acompanhada de desmaios, convulsões e rigidez na nuca. Os sintomas geralmente ocorrem após a ocorrência da hemorragia. Logo, é necessário o tratamento hospitalar. “É possível ficar de duas a quatro semanas hospitalizado, sendo necessária depois uma reabilitação com fisioterapia e cuidados para evitar excessos em meio à recuperação”, revela o neurocirurgião.
Telmo Tiburcio afirma que a doença já tem um grande número de pessoas afetadas. “O aneurisma é um defeito arterial que acompanha entre 1,5 e 7% da população em geral. Não é um número tão pequeno”, revela o médico. Sobre prevenção, Tiburcio destaca que são realizadas investigações quando um ou dois membros da mesma família tiveram a doença. Para a comunidade em geral, ainda não é aconselhado uma campanha para a realização de exames em razão dos riscos envolvidos. “Não é recomendado, pois o exame tem o risco da irradiação, tomografia, injetar contraste, não sendo um risco pequeno. Nessa balança, hoje é um pouco restrito os exames. Assim, acabamos pesquisando aquelas pessoas que apresentam mais chance de ter”, destaca.