O incêndio, apontado como o maior da história de Santa Cruz, levou transtornos a moradores próximos
Quem passou na manhã desta sexta-feira (18) pelo trecho de Santa Cruz do Sul da BR-471 pode até ter confundido a densa neblina que atinge a região com a fumaça recorrente nos últimos dias no Distrito Industrial. Mas para quem sentiu de perto os efeitos do incêndio que destrui o depósito de fumo no último sábado (12), a neblina nem de perto lembra ou parece o que foi visto e sentido desde o sinistro. Quem garante isso é o agricultor Diogo Burtzlaff e o caseiro Vanderlei Pereira.
Para Pereira, de 69 anos, que trabalha como caseiro em uma propriedade a cerca de 200 metros de onde ocorreu o incêndio, os dias que passaram foram terríveis. "Não sabia o que esperar, parecia que a cada dia a fumaça só aumentava e quando virou aqui pro lado do sítio então foi horrível", disse lembrando que no sábado chegou a passar mal e com pressão alta teve que procurar atendimento médico. "Eu não estava aqui na hora que começou, mas vim para soltar as éguas que estavam presas no estábulo e acabei passando mal", conta. Após melhorar, Pereira retornou a propriedade no domingo, mas na segunda-feira teve que abandonar. "Lembro que deu um estouro, uma explosão muito grande e logo depois mais fumaça. Avisei o patrão que não dava pra ficar, tive que abandonar", diz.
E quem abandonou mesmo, foi o agricultor Diogo Burtzlaff de 60 anos. Na terça-feira (15), pela manhã, fez as malas e embarcou em um ônibus rumo ao município de Lavras do Sul, onde tem outra propriedade. Em contato com a reportagem do Portal Arauto, ele explica. "Domingo tive que fugir de casa, fechamos todas as janelas portas e mesmo assim não dava para aguentar", conta o agricultor que garante só voltar quando a fumaça parar. "É triste demais. Moro ali a 60 anos e pela primeira vez to saindo não porque quero, mas porque tenho. A fumaça me expulsou de casa", argumenta.
Fepam garante que fumaça não é tóxica
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) afirma que no depósito de aproximadamente 30 mil metros quadrados não havia nenhum produto químico ou tóxico e em função disso a fumaça não apresenta risco. O problema se deve apenas a inalação, que pode causar irritação. O apontamento foi feito com base em relatório enviado pela Universal Leaf detalhando o que havia no depósito.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Santa Cruz do Sul, a fumaça deve perdurar até o domingo (20), mas com menor intensidade do que nos últimos dias.
Perícia deve ser feita na segunda-feira
Conforme o Delegado titular da 2° Delegacia de Polícia Civil, Alessander Zucuni Garcia, o trabalho a ser realizado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) deve ocorrer na segunda-feira (21). "Vamos realizar algumas diligências antes, mas o ponto decisivo é o trabalho que o IGP vai fazer, afim de apontar se o incêndio foi criminoso ou não", afirma. Em depoimento na tarde dessa segunda-feira (14), o vigia que trabalhava no local no momento do sinistro alertou sobre a possibilidade de que um raio ter atingido o depósito alugado pela empresa Universal Leaf Tabacos. A possibilidade não foi destacartada pela polícia.
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