Aos 83 anos, o professor e músico santa-cruzense relembra a trajetória de sucesso nos palcos e na vida
Muito mais do que uma paixão, Elemar Bencke encontrou na música o seu dom. E o fato de tocar não se refere apenas ao manuseio dos teclado e acordeon, mas também de encantar o público com cada letra e melodia composta por ele. Aos 83 anos, o professor e músico santa-cruzense coleciona mais de 40 trabalhos gravados – entre discos e CD's – além de uma trajetória de sucesso nos palcos e na vida.
Natural de Monte Alverne, terceiro distrito de Santa Cruz, Bencke teve seu primeiro instrumento aos oito anos: uma gaita ponto. Com ela, o menino – que estudava na escola Murilo Braga – tocava sarau na localidade onde residia. Depois, foi presenteado com uma gaita piano pelo pai Roberto que, além de barbeiro, era trompetista e tocava nas bandas Jazz Brasil e Municipal de Venâncio Aires. "Eu não tive professor. Foi a vivência que fez eu ir aprendendo e me aprimorando", afirma o músico.
E foi justamente por isso que a experiência nos palcos também começou cedo. Aos 12 anos, Bencke tocou o primeiro baile, com uma banda da localidade de Linha Arroio do Tigre, também no interior de Santa Cruz. "Na primeira vez quando vieram me buscar, eu não queria ir. Até chorei. Mas depois que fui e vi como era, sempre quis ir novamente nas outras vezes. E não parei mais", relembra, sorrindo.
Em Trombudo, a União Musical
Ainda jovem, Bencke se mudou de Monte Alverne para Trombudo, localidade no interior de Vale do Sol. Por lá, foi professor, diretor e coordenador de uma escola por onze anos e, além disso, deixou uma grande marca ao criar a banda União Musical em 1966. Além disso, ele rememora com muito carinho de quando dividiu os palcos com figuras também bastante conhecidas no meio como Lídio Frantz, Alcemiro dos Santos, Ari Bartz e Inácio Melz.
Ainda, dentre os momentos marcantes da trajetória, o santa-cruzense relembra de quando animou por nove anos seguidos o jantar-baile do padroeiro no salão paroquial da Catedral São João Batista. "Reunia de 500 a 600 pessoas", conta. Outro feito de Bencke foram os CD's com canções de páscoa e natal gravados pelo músico e uma coletânia com músicas que homenageavam o "Rio Thal", no dialeto alemão, a terra natal Monte Alverne.
Hoje, Elemar Bencke reside no Bairro Senai ao lado da esposa Nogati, com quem é casado há mais de 60 anos. Apesar de não estar mais nos palcos, ele pratica a música todos os dias no escritório com os instrumentos que tem em casa, seja compondo ou tocando. Para ele, aliás, essa é uma das principais características de um bom músico e é o que ele passou para os tantos alunos que passaram por ele e seguem na profissão. "Precisa ter dedicação, treinar e gostar muito. Até porque, a música é a humanização da pessoa. Ela te transforma em uma pessoa acessível, que se adapta a todas", completa.