Farmacêutica e doutora em Saúde Coletiva, Ana Paula Helfer Schneider explica como a ingestão de remédios sem orientação médica pode prejudicar o organismo
Um hábito muito comum entre a maioria da população brasileira, a automedicação pode causar graves danos para o organismo humano. Ela ocorre quando alguém ingere remédios sem orientação médica, prescrição ou acompanhamento do tratamento. Para falar mais sobre os riscos da automedicação, a convidada desta semana do Arauto Saúde é a farmacêutica, doutora em Saúde Coletiva e professora da Unisc, Ana Paula Helfer Schneider.
Conforme a especialista, quando se é realizada a automedicação, existem diversos principais riscos envolvidos nessa ação. “Os principais riscos são intoxicação, em que a pessoa pode se intoxicar e envenenar por esse medicamento. Além disso, se tem a questão de mascarar um problema de saúde que poderia ser mais grave. É muito importante a gente ter essa consciência de que se eu usar um medicamento por conta própria, eu posso ter problemas usando esse medicamento sem a orientação de um profissional adequado”, salienta Ana Paula.
Outro ponto destacado pela farmacêutica é o uso da automedicação para doenças comuns, como resfriados ou gripes, que podem fazer com que não se procure orientação médicas pelo fato de a população acreditar que com o uso de remédios sem orientação pode ajudar. “Um exemplo é o paracetamol, pois quando a pessoa está com uma gripe, ela toma esses medicamentos para combater os sintomas, algo que é muito comum, ainda mais nessas mudanças de temperatura. Aí depois toma um chá e não percebe que tem paracetamol, ingere um outro medicamento pra gripe que tem paracetamol e acidentalmente às vezes tomando uma dose tão alta de paracetamol, acaba causando uma intoxicação. O paracetamol é tóxico para o fígado, então ele que pode levar a complicações hepáticas, náuseas, vômitos, trazendo mais risco do que benefícios”, ressalta.
Ainda, Ana Paula frisa que nas farmácias existem profissionais que podem ajudar e orientar pessoas que tiverem dúvidas sobre o uso de certos medicamentos. “Todas as farmácias contam com um farmacêutico, que é um profissional da saúde habilitado para orientar caso a pessoa tenha alguma dúvida de como usar, sendo que ele vai saber fazer os encaminhamentos necessários para essa pessoa”, conclui a especialista.