Covid 19

Delivery é alternativa para comércio vender em meio à pandemia

Publicado em: 06 de abril de 2020 às 18:52 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2024 às 08:26
  • Por
    Luciana Mandler
  • Fonte
    Jornal Arauto
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    Com isolamento social e estabelecimentos com portas fechadas, lojas se reinventam levando mercadorias até os clientes

    O  momento é de adaptações, também para o comércio, que não pode atender de portas abertas. É hora de se reinventar. Em Santa Cruz do Sul, os estabelecimentos podem apenas trabalhar por delivery (tele-entrega) e drive-thru. Para a empresária Jéssica Hackenhaar, proprietária de loja no setor de vestuários ao lado da mãe Adélia, a venda delivery tem sido a alternativa para que o caixa não fique fechado. Além de ser uma maneira de divulgar a nova coleção, com a troca de estação, bem como pensar em presentes para a Páscoa. 

    “Neste formato, ao menos conseguimos movimentar um  pouco. Não é nem perto do que vendíamos antes, mas acredito que temos que nos reinventar e buscar alternativas diante da situação”, reflete. O contato com clientes é mantido pelas redes sociais e no WhatsApp. “Nós mandamos as fotos, elas escolhem e eu levo para que provem e aguardo”, explica. Para entregar as peças, Jéssica combina o horário e avisa quando está saindo e quando está próxima à residência do cliente. “Normalmente é assim, vou até a loja, mando fotos, vejo o que elas querem, deixo separado na sacola com os nomes e endereços”, frisa. 

    A empresária também se preocupa com o pós-venda. “Mantenho o contato com as clientes depois para ver se deu certo e se precisam de mais alguma coisa”, acrescenta. Jéssica já adianta que não descarta a possibilidade de manter a tele-entrega após a quarentena, pois vê a aceitação de clientes.

    Além da opção delivery, clientes com carnês com vencimentos podem efetuar o pagamento por depósito/ transferência bancária. “Já apareceram clientes querendo pagar, mas soubemos que a maioria também não vai conseguir arcar com essas contas neste momento. Está complicado e difícil para todo mundo”, lamenta.

    Para Sibely Emanoela Nunes Rocha, a experiência através da compra delivery foi muito boa. A vera-cruzense contatou com Jéssica e solicitou algumas peças. “Sempre quis que existisse essa alternativa e acredito que pode se manter, sim, após a quarentena”, avalia. “Já comprei outras vezes na loja, mas como sou de Vera Cruz e a loja fica em Santa Cruz, era mais difícil. Agora facilitou”, comemora.

    AVALIAÇÃO
    Em loja especializada em jeans, o momento é de acompanhar o cenário, segundo a sócia-proprietária Danieli Franken. Nesta semana, a loja iniciou a opção delivery e percebe que há boa aceitação. É um momento em que os clientes estão procurando o atendimento virtual e solicitando fotos. “Estamos vivendo um dia de cada vez. E agora estamos aderindo ao formato para manter nossos clientes mais próximos”, pontua. 

    Entrega de produtos em casa faz com que economia gire em Vera Cruz
    As restrições para o comércio de Vera Cruz também ocorrem e fazem com que os lojistas se adequem. Maurício Lersch conta que a opção tem sido a tele-entrega. “Realmente, o cliente não tem contato com a gente. Separamos as mercadorias para ele (mala delivery)”, frisa. As encomendas são levadas pelo próprio empresário ou funcionárias da loja. Caso não haja interesse, as peças são devolvidas.  “Vamos de máscara, luva e, claro, tomando o maior cuidado possível”, aponta. 

    Maurício avalia que o formato ainda está “engatinhando”. “É uma alternativa bem diferente de vendas. É o que temos. E sabemos que nossos clientes também não estão acostumados”, analisa. “Mas vamos tentar nos adequar à situação”, completa.

    Quem também optou pela malinha delivery foi a empresária Adriana Koehler, que possui uma loja de artigos infantis. “Disponibilizamos a mercadoria para o cliente levar no condicional, com horário agendado. O cliente nos contata e vem até a loja para escolher ou nos pede fotos e enviamos”, explica, ao reforçar que todos os cuidados de segurança são tomados. Adriana concorda com o isolamento social, mas também defende que não há como parar. A mala delivery é uma forma para não ficar totalmente sem vendas, “porque o fim do mês passou e precisamos pagar aluguel, funcionários e sem vendas isso se torna impossível”, aponta.