Atividades foram desenvolvidas por grupo de idosos atendidos em residência geriátrica de Vera Cruz
“Não perca a esperança. Momentos difíceis só existem para aprendermos a valorizar os fáceis. Estamos com você nesta luta”, disse a vó Ana Maria Alma Heck, 92 anos, em seu cartão estampado por uma borboleta.
“Me perguntaram se tenho medo de tudo o que estamos vivendo! Tenho muito medo, mas te peço: não desanime ao enxergar as dificuldades, pois elas darão mais valor e sabor às suas conquistas”, bem lembrado pela vó Olanda Riss, 82 anos.
Ou quem sabe a “melhor maneira de encarar um problema é mantendo o pensamento positivo; acredite e a solução surgirá! Nós estamos em oração”, reforçou a vó Maria Augusta Losekann, 93 anos.
Elas fazem parte do grupo de idosos atendidos pela residência geriátrica Viver Bem, no centro de Vera Cruz. Com média de idade de 90 anos, eles naturalmente se encontram no chamado grupo de risco, que deve se proteger ainda mais para evitar o contágio pelo coronavírus. Isolamento, visitas restritas e uma série de mudanças na rotina das vovós e dos vovôs que adoram socializar. Agora, só pelo telefone e por vídeos.
Aliás, a socialização sempre foi uma política do residencial, conta a proprietária, Vânia Schlesener. Ela reconhece que estão com medo – e quem não está? Ninguém quer adoecer e não ter a chance das despedidas de quem se ama, como já se viu tanto pelos noticiários. Mas quer saber? Mesmo temendo, os vovôs e as vovós dão uma lição para todos. A mudança de rotina não vai permitir a tradicional caça aos ovinhos proporcionada junto aos netos, mas essa Páscoa, mesmo mais reclusa, será marcante. E mesmo a distância, vai estar junto da comunidade. Como?
Duas osterbaums, a árvore da Páscoa, foram levadas para supermercados – uma em Vera Cruz e outra em Santa Cruz do Sul. Diferente da tradição original, em que se penduram casquinhas de ovos pintadas, essas levam cartões confeccionados pelos idosos, com algum desenho, pintura, gravura colada e, no interior, frases de motivação, fé, otimismo. Mensagens de esperança, como essas, transcritas no início desta reportagem.
Para chegar ao produto final, revela Vânia, muitas frases foram lidas e adequadas para o que vovôs e vovós queriam transmitir de recado para a comunidade, e junto do texto, os nomes dos idosos. “Os cartões foram feitos por eles, com toda sua limitação, seja motora ou intelectual. Pegue o cartão, leia o que foi feito com muito carinho”, frisa ela. Apesar do isolamento que vivem, eles dão lição de se reinventar. Também criaram um altar para os momentos de oração diários, plantaram flores e fazem atividades para a comunidade, como toucas e mantas para crianças passarem o inverno. Enfim, se envolvem para deixar o recado de “fique em casa” para todos. “É um novo recomeço, não seremos mais os mesmos depois de tudo isso”, reflete Vânia.
A reportagem completa está na edição impressa do Arauto deste fim de semana.
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