Estudo da Unisc aponta como coronavírus se espalha pelos bairros de Venâncio Aires

A distribuição dos 78 casos confirmados da Covid-19, até a última sexta-feira (8), nos bairros de Venâncio Aires, foi confirmada por um estudo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Os dados foram computados pelo Observatório de Desenvolvimento Regional na pesquisa que mostra a realidade social dos municípios perante o enfrentamento da pandemia provocada pela doença.

Algo semelhante também já havia sido feito pelo grupo nas últimas semanas, em Santa Cruz do Sul, tendo como base o último Censo Demográfico, realizado em 2010. Desde a publicação, a Capital Nacional do Chimarrão anunciou outros oito casos confirmados. O último boletim epidemiológico foi disponibilizado a imprensa na noite deste sábado (9).

Segundo o professor doutor Rogério Leandro Lima da Silveira, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Unisc (PPGDR), a ideia com o trabalho é oferecer um embasamento para o planejamento de ações e tomada de decisões por parte das administrações municipais.

Além de mostrar a mostra dispersão territorial do coronavírus no Rio Grande do Sul, como foco nos Vales do Taquari e Rio Pardo, o estudo também traz dados relacionados à faixa etária, concentração populacional, renda, saneamento básico, acesso à saúde, entre outros indicadores.

20 casos no Coronel Brito

Dos 78 casos confirmados de coronavírus em Venâncio Aires, a maioria está no Bairro Coronel Brito. De acordo com o estudo, a concentração populacional no local tem três variáveis: uma faixa com mais de 4,5 mil habitantes por quilômetro quadrado, outra na qual a concentração fica entre 3 e 4,5 mil habitantes por quilômetro quadrado e uma terceira que o número fica entre 1,5 e 3 mil habitantes.

Outro indicador do estudo destaca a média do número de moradores em domicílios permanentes. Neste quesito, o Bairro Coronel Brito também chama atenção por ter diversos pontos com a concentração de até quatro pessoas por residência.

Conforme o professor Rogério Silveira, a maior incidência da doença em Venâncio Aires está na periferia. “A distribuição espacial dos casos confirmados mostra que a doença está se difundindo mais rapidamente nos bairros periféricos de Cidade Alta (06 casos), Cidade Nova (07 casos), Santa Tecla (05 casos) e no Coronel Brito, com 20 casos, onde há maior concentração de pessoas, maior número de moradores por moradia e onde a maior parte da população apresenta menor renda e condições sociais”, explica.

O estudo completo foi disponibilizado pelo Observatório de Desenvolvimento Regional – clique aqui e confira.