Demissões, redução de passageiros e faturamento expõem crise no transporte público de Santa Cruz

O transporte público em Santa Cruz do Sul passa por um dos momentos mais delicados das últimas décadas. A pandemia do novo coronavírus que atinge em cheio diversos setores da economia também traz prejuízos ao setor, que desde o mês passado não para de contabilizar demissões em função da queda do faturamento.

Conforme o gerente do Consórcio TCS, responsável pela prestação do serviço no município, Zaqueu Paulo Forgianiri, a redução no faturamento chega a 70%. Desde março, foram mais de 40 demissões, além de adiantamento das férias e suspensão de contratos dos trabalhadores. Há também registro de atraso nos salários de alguns colaboradores. "Nós tínhamos uma média de 400 mil passageiros mês, hoje essa média caiu pra 95 mil, contando as gratuidades. A situação é bem crítica, o faturamento caiu muito, tornando quase insustentável a operação", explica.

Ainda de acordo com Zaqueu, um pedido de reajuste tarifário foi protocolado na semana passada junto ao poder Executivo. A proposta estaria abaixo dos R$ 6,20, valor que chegou a ser pedido e negado semanas atrás pela prefeitura. Além do reajuste uma outra alternativa encontrada pelo Consórcio foi pedir um subsídio para a prefeitura. "Temos uma reunião com a agência reguladora nesta terça-feira para tratar dessas questões. O que pedimos até agora foi isso, um percentual de reajuste e um subsídio", disse.

No atual momento, o Consórcio atua com 40% da frota, com 20 linhas distribuídas pelos bairros da cidade.