Geral e Covid 19

Nos bastidores da pandemia, elas são essenciais

Publicado em: 11 de maio de 2020 às 08:46 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2024 às 09:35
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Divulgação
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    Profissionais da higienização e copa dos hospitais de Santa Cruz relatam o cotidiano em meio ao risco de contágio

    Um ambiente de hospital, um vírus e muito trabalho a ser feito. Além dos profissionais da linha de frente, como médicos, enfermeiros e técnicos, outras centenas de pessoas atuam diariamente em meio a pandemia. Seja no setor da higienização ou na copa das casas de saúde, diferentes representantes com uma missão em comum: realizar o serviço cada vez melhor para proteger o próximo. 

    Empatia é a palavra mais usada por Marilangela Ramos Lisboa, funcionária de higienização do Hospital Santa Cruz (HSC). Aos 47 anos, a cachoeirense desempenha o serviço há uma década, mas vive pela primeira vez um clima diferente durante seu expediente. A preocupação, que já existia antes do coronavírus, aumenta e motiva um trabalho ainda mais cuidadoso por parte de toda a equipe. "Estamos mais tensos, mas também focados em seguir todos os protocolos. Sempre tivemos o cuidado de usar os melhores produtos, de manter tudo de acordo com a Anvisa. Agora, queremos cada vez mais realizar o correto", diz.

    Além da limpeza, um olhar atento aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI). "Cuidamos aos nos proteger, ensinamos quem não sabe a colocar. A empatia está cada vez maior", diz. Com o cuidado com o próximo, também a percepção do quanto a função é importante e essencial. "O serviço na área de apoio geralmente só é visto quando não é feito. Então, percebemos que as pessoas estão nos valorizando mais", comenta. 

    Das 7h às 13h10min, mesmo horário de trabalho de Marilangela, Silvia Kuhl atua na copa do HSC. Assim como a colega, ela reforça o sentimento de gratidão percebido diariamente pelos pacientes e acompanhantes. "As pessoas reconhecem mais, nos agradecem e também colaboram. Percebemos que todos estão se conscientizando sobre a situação e sobre os riscos", fala. Perigos de contágio que existem e não são ignorados. A santa-cruzense, aos 40 anos, atua há dois anos no local e nunca teve tanto receio ao voltar para casa.

    Além da própria saúde, Silvia pensa na dos familiares e mantém cuidados quanto a isso. "Chego, deixo o sapato do lado de fora, tomo banho. É atenção redobrada. A pandemia nos ensinou a nos colocar cada vez mais no lugar do outro, a nos sentir felizes por ajudar e proteger o próximo. Hoje é com alguém que eu não conheço, mas amanhã pode ser com um familiar", salienta.

    O trabalho atento aos riscos, mas otimista quanto a uma fase melhor também ocorre no Hospital Ana Nery. Por lá, as profissionais também atuam com todo o cuidado, em prol de dias melhores. Conforme Janice Lese de Vargas, do setor de nutrição da copa da casa de saúde, o momento é de apoiar o próximo. "Acolhemos pacientes e acompanhantes, mas também os médicos, enfermeiros e técnicos que tanto precisam de apoio nesse momento. É muito importante ter empatia, cuidar da vida e da família", diz a santa-cruzense.

    E é entre os familiares que Janice, ao chegar em casa, recebe de volta todo o apoio oferecido durante o expediente. A profissional de 41 anos, que atua no Ana Nery há cinco meses, conta com o incentivo de todos que lhe amam. "Chego em casa, tomo banho, coloco a roupa para lavar, evito contato e todos me apoiam. É hora de cuidarmos uns dos outros", comenta. 

    Além do apoio da família, o incentivo e os elogios de quem usufrui do serviço. Segundo a auxiliar de higienização Adreana Pires da Silva, de 44 anos, sua função está cada vez mais valorizada, o que a incentiva a continuar. "As pessoas agradecem a limpeza, mostram que entendem a importância do nosso trabalho, principalmente nesse momento", ressalta.

    Natural de Boqueirão do Leão, a profissional de 44 anos atua há 15 anos na casa de saúde e se esforça para fazer além do necessário neste momento excepcional. "Cuidamos da limpeza, nos protegemos com o EPI, mas também proporcionamos uma palavra de carinho e conforto para quem precisa. Tento fazer o meu melhor", pontua.