Família Gressler de Rio Pardinho, passa de geração à geração as tradições trazidas pelos antepassados
Colonizada por imigrantes alemães, Santa Cruz do Sul preserva e valoriza em cada canto, um pedacinho da cultura e das tradições deixadas pelos antepassados. Em Rio Pardinho, uma das localidades do interior da cidade, a família Gressler decidiu empreender e seguir os ensinamentos passados de geração à geração. Em uma casinha típica na beira da estrada, mãe e filha apresentam às pessoas a essência e os sabores da cultura através de um prato típico da gastronomia alemã: a cuca.
O projeto da “Kuchenhaus” – Casa das Cucas – iniciou em 1998. De acordo com a proprietária, Clarine Lenz, foi através de um primo da família que na época, era secretário de Turismo do Estado, que surgiu o desejo de desenvolver uma rota turística na cidade. “Como o Guinter Staub, que era secretário na época, era natural de Rio Pardinho, ele sempre teve interesse em fazer algo pela localidade. Então em parceria com a Secretaria de Turismo de Santa Cruz, eles criaram a Rota Germânica, que passa aqui na região e desde lá nos instalamos no nosso ponto”, conta.
Como funciona apenas aos finais de semana, a Kuchenhaus sempre atrai muitos visitantes. Conforme Clarine, o sabor original da cuca, mantendo a essência tanto na massa quanto no recheio, é o que faz tanta gente virar fã do local. “Já recebemos aqui gente de tudo que é lugar. Inclusive com o mesmo sobrenome que o nosso – Gressler – do Rio de Janeiro, do Mato Grosso, aqui da região também, pessoal de Cachoeira, entre tantos. Acreditamos que o segredo é fazer a cuca com amor, mas além disso, a questão de nossos produtos serem artesanais e não industrializados, é o que o pessoal mais elogia”, considera.
Entre as cucas mais pedidas, estão a de requeijão, framboesa coco, requeijão com goiaba – dependendo da época das frutas – e é claro, de açúcar, a famosa Streuselkuchen. “Essas são algumas das preferidas, mas os clientes gostam de novidade, então às vezes criamos algo novo, mas sem perder o natural”, afirma. Além disso, a Kuchenhaus também oferece pães caseiros, salame colonial, bolachas, geleias e variados tipos de tortas. “Nas tortas, o pessoal pede bastante a de nescau, café e chocolate, a miloca, que é de nozes com pudim, a charlote, que é com abacaxi e também de nozes com abacaxi”, analisa.
E com a pandemia, a produção que é comandada pela mãe de Clarine, a dona Clarisse Gressler, além de uma tia, dos irmãos e da filha de 12 anos, que já se interessa em aprender as tradições, aumentou. A proprietária acredita que o local de fácil acesso mas sem espaço para um café, tenha favorecido o movimento. “O que as pessoas tem feito na pandemia é sair para dar uma volta de carro. Com isso, param aqui, compram a cuca e voltam para casa”, salienta.
Para o futuro, a Cucas Gressler pretende se expandir ainda mais. “Estamos projetando a questão da agroindústria e a bacia leiteira ajuda a integrar ainda mais a família. Também pensamos em aumentar o local por aqui, porque tem muitas crianças que vem e não conhecem galinha, pavão, então queremos proporcionar com o tempo, ainda mais essa conexão com a natureza”, finaliza.