Região

Indústria puxa contratações, mas comércio tem saldo negativo no Vale do Rio Pardo

Publicado em: 27 de agosto de 2020 às 17:24 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2024 às 15:07
  • Por
    Rafael Henrique de Oliveira Santini da Cunha
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Divulgação/JTI
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    Em Santa Cruz, quase 5 mil industriários foram contratados entre janeiro e julho deste ano

    Os dados dos primeiros sete meses do ano demonstram na prática o que representa a pandemia na região. Apesar disso, algumas cidades do Vale do Rio Pardo demonstram crescimento na balança da empregabilidade. De forma geral, apenas o setor de serviços mostrou crescimento na região quanto ao saldo, que leva em conta o número de contratações e demissões.

    A resseção econômica, fez com que as empresas da região contratassem 2.245 trabalhadores a menos do que em 2019, o que representa percentualmente 6,92% menos trabalhadores com a carteira assinada, de acordo com os dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged). O reflexo, no entanto não é sentido nas demissões, pelo menos até o final de julho, já que foram registradas apenas 0,41% demissões a mais do que no ano passado.

    Apesar do saldo menor, não houve estagnação. A região gerou no período 6.067 vagas. O destaque positivo vai para as quatro principais economias da região que juntas geraram 7.285 postos de trabalho. Venâncio Aires representa o maior percentual, com 3.452 vagas. Santa Cruz do Sul vem na sequência com 2.861 postos de trabalho. Já Vera Cruz promoveu a admissão de 2.144 pessoas e demitiu 1.357 trabalhadores, um saldo positivo de 787. Rio Pardo também fechou com saldo positivo de 185 vagas.

    Indústria

    A indústria, principal impulsionador dos empregos da região, vai contra os dados gerais e mostra uma retração de apenas 0,87%. Na balança, as mais de 600 demissões motivadas pelo incêndio na fábrica de calçados Beira Rio, em Mato Leitão. No ano passado, o Município limítrofe de Venâncio Aires havia apresentado saldo negativo de apenas três postos de trabalho. No entanto, em 2020 a redução foi de 655 cargos.

    Entre os fatores que fizeram com que o dado, considerando a região, não representasse grande redução estão a safra, que foi ampliada nas principais multinacionais com sede em Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires; e as contratações de novos safreiros, necessárias para suprir a demanda de funcionários afastados por grupos de risco durante a pandemia.

    Comércio

    O setor que mais sentiu os rumores da crise gerada pelo novo coronavírus foi o comércio. Na região, são 900 demissões apenas de janeiro a julho deste ano. No mesmo período do ano passado, o setor já havia registrado desligamentos, contudo, foram 292 demissões na região, número 208,2% menor que em 2020.

    Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Sul, nem tudo é motivo para decepções. Conforme pesquisa realizada no final do mês de julho, quando o setor, apesar de sofrer, já demonstrava uma tímida recuperação, o ramo supermercadista chegou a crescer até 50%. De acordo com os dados, no mesmo período, o setor agropecuário também cresceu 15%.

    Por outro lado, as incertezas econômicas fizeram o setor de revenda de veículos perder quase 50% da arrecadação. As dúvidas também pairaram pelo ramo da alimentação. Conforme o presidente da entidade, Márcio Martins, quem conseguiu se adaptar ao mercado de delivery cresceu, mas quem não conseguiu retraiu.

    Serviços

    O setor de serviços possivelmente seja o que mais sentiu os efeitos da pandemia, pelo menos no que representa as contratações e demissões. Isso porque em 2019 o setor havia apresentado um saldo positivo de 685 vagas na região. No mesmo período de 2020, o saldo na região chegou a números parecidos, porém negativos, foram 620 vagas a menos no Vale do Rio Pardo.

    Construção Civil

    Apesar da incerteza econômica, o setor da construção civil mostrou as menores perdas depois da indústria. Na balança, foram fechadas 152 vagas de trabalho. Foram fechadas 61 vagas a mais do que no mesmo período de 2019, que já mostrava indícios da retração econômica.