Beatriz Kussler acorda cedo para organizar o dia de trabalho e gerenciar a propriedade da família, em Linha Henrique D’Ávila, interior de Vera Cruz
Beatriz Kussler acorda antes das 5 horas da manhã para organizar o dia de trabalho e gerenciar a propriedade da família, em Linha Henrique D’Ávila, interior de Vera Cruz. Ela é produtora de tabaco com orgulho e não desmente: organiza tudo o que envolve a safra, desde o preparo dos canteiros, anota tudo o que é aplicado, quantidades, dias. Também agenda o trabalho dos colaboradores nos dias de colheita e faz os pagamentos, e aponta o volume de chuva em suas planilhas. Tudo na ponta do lápis para saber quanto cada item custa e quanto foi o rendimento do ano.
A família cultiva 110 mil pés de tabaco, mas em paralelo, Beatriz confessa que gosta de criar animais, cultivar alimentos, ter leite e mel na propriedade. E não é “apenas” na produção familiar que ela, o esposo Milton e um dos filhos, Jeferson, atuam no dia a dia. A propriedade é modelo, usada para pesquisas diversas da empresa BAT. No galpão padrão de pesquisa, por exemplo, é Beatriz quem cuida da produção de mudas e plantas de fumo. Também tem experimento com 28 tipos de bandeja para avaliar materiais e resultados de desenvolvimento.
A organização da produtora se justifica: “precisamos avaliar se vale a pena ou não o investimento. Ou se faz bem feito ou não se faz”, revela ela, ao entregar uma de suas características, o perfeccionismo. Na verdade, um aliado na hora de gerir a propriedade como uma empresa. A profissão, conta ela, vem de berço, aprendeu com os pais e depois de casada, continuou, foi só aprimorando. Beatriz sabe que a cultura demanda alto custo de produção, mas se é feito o manuseio correto e o planejamento, se produz bem. E propicia a rentabilidade para quem vive no campo. “Desde sempre, é o tabaco que garante o sustento da casa. Sempre trabalhei com fumo e tenho orgulho em ser produtora”, frisa Beatriz, ao mostrar, com seu próprio exemplo, que tem espaço para o protagonismo feminino na propriedade rural. Ela é mulher, mãe, filha, avó, dona de casa, ministra da igreja. E é também produtora de tabaco, com realização no que faz.
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