Casos de envenenamento de cães deixam comunidade de Rio Pardo em alerta

A vendedora de jóias Rosi Trindade caminhava por Rio Pardo nesta sexta-feira (22) quando encontrou um cão agonizando. O animal foi mais uma vítima de envenenamento na cidade histórica que, nos últimos 30 dias, registrou pelo menos oito casos. O número vem apenas dos atendimentos do veterinário Leandro Queiroz Silva, profissional que ajudou Rosi a salvar o cão nesta última semana.

Conforme Silva, dos oito casos que atendeu nos últimos 30 dias, 60% tiveram um final feliz. "Tudo depende da rapidez na qual o tutor encaminha o animal para atendimento. O chumbinho, veneno à base de estricnina, é o mais utilizado e causa uma morte rápida", explica. Por isso, nos casos dos animais de rua, nem sempre o final é feliz. "Infelizmente, nem sempre há uma pessoa de bom coração para encaminhar ao veterinário", lamenta.

O cão encontrado por Rosi nesta sexta-feira tinha tutor, foi medicado e sobreviveu. Mas nem todos conseguem resistir aos sintomas, principalmente à epilepsia, segundo Silva. Essa situação corta o coração da vendedora, assim como os de todos os envolvidos na causa animal. "Eu tenho três cães, mas para mim não são cachorros. São filhos. Deus me livre acontecer alguma coisa", se preocupa.

É preciso denunciar

Conforme a presidente da ONG Bicho Pardo, Heloisa Poeta, é preciso denunciar. "Registre a ocorrência na delegacia e exija uma fiscalização mais rigorosa por parte dos órgãos públicos. Hoje é mais fácil com as câmeras de segurança, que ajudam na identificação dos culpados", ressalta.

O que fazer em casos de envenenamento?

• Acalmar o animal e cuidar para que não engula a língua
• Levar o mais rápido possível ao veterinário
• Relatar todos os sintomas ao profissional

O que NÃO fazer?

• Não tente resolver a situação sozinho
• Não ofereça nada via oral para o animal
• Nunca dê leite, ovos, água, azeite ou salmoura