Se você é mãe, quero saber se já avaliou o quanto se parece com a sua? O quanto dela tem em você, especialmente nas lições que jurávamos que jamais repetiríamos com os nossos filhos. Mas hoje...
Estamos encerrando mais um ano. Vamos falar de desafios? A maternidade oferece muitos.
Minha pequena não gosta de ser mandada para o banho. Poderia dizer que ela não gosta de tomar banho, mas penso que não é o caso, visto que se demora embaixo do chuveiro. Também, é avessa a escovar os cabelos, porque ela acha um processo muito demorado e um pouquinho doloroso. Entre outras coisas, triviais do dia a dia, e que precisamos repetir, repetir, repetir para que a ação aconteça.
Ao mesmo tempo em que – me parece – as crianças não gostam que as apressemos, que a gente fique mandando executar as coisas, elas não nos facilitam a vida. Você deve estar pensando “só muda de endereço, a prática por aqui é a mesma”.
Vou além. Não só acontece na maioria das famílias como também não é de hoje (sim, eu me vejo nela em muitas dessas atitudes). Eu lembro que eu tinha preguiça de tomar banho. Um dia, no inverno, convenci minha mãe de que não precisava lavar o cabelo, não lembro a idade que tinha. Entrei no banheiro, liguei o chuveiro, quando o vapor deixou o banheiro quentinho eu tirei a roupa que estava e troquei pelo pijama, com o cuidado de molhar a pontinha dos cabelos porque eu não havia sequer passado rapidamente debaixo d’água. Neste momento minha mãe entrou no banheiro e me flagrou burlando o banho. Deu pra mim!
Lembrei deste episódio enquanto penteava os cabelos da minha filha dia desses antes de ir à escola. Ela, já irritada com a demora, e eu questionando se ela não se importava em ir despenteada, passando uma impressão de ser desleixada, descuidada e nada caprichosa com ela mesma (sermão de mãe, sim senhor!).
Aí, ela responde: pra que pentear se daqui a pouco vai estar tudo bagunçado de novo? Lembrei imediatamente do dia do banho e também do dia em que questionei a minha mãe por que eu precisava arrumar a cama se de noite ia bagunçar de novo. Sei bem que ela sabe a resposta, porque eu também sabia.
A verdade é que fazemos isso (enquanto crianças) para desafiar as nossas mães e os seus limites. Faz parte do desenvolvimento infantil, e mesmo a mais calma das crianças enfrentará uma fase de desobediência – que seja só uma fase! Dizem os especialistas que quando fazem isso – desafiam uma figura de autoridade, seja pai/mãe, um familiar mais velho ou um professor na escola –, estão desenvolvendo a sua própria personalidade.
Cabe a nós, adultos que somos, mostrar o certo, dar o exemplo, com orientações simples e claras, para que passem a refletir sobre suas atitudes e seus hábitos. Exatamente como fez minha mãe.
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