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Fumicultor tem renda acima da média no país

Publicado em: 30 de novembro de 2016 às 15:23 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 11:04
  • Por
    Lucas Miguel Batista
  • Fonte
    Assessoria SindiTabaco
  • Foto: Divulgação
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    Pesquisa realizada pela UFRGS aponta que enquanto 80,4% dos produtores de tabaco se enquadram nas classes A e B, a média geral do Brasil não chega a 22%

    A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração, conduziu um recente estudo com objetivo de investigar o perfil socioeconômico do produtor de tabaco da região sul do Brasil. Encomendada pelo SindiTabaco, a pesquisa foi realizada entre 29 de agosto e 16 de setembro deste ano, em 15 das 21 microregiões produtoras de tabaco do Sul, o que corresponde a 94,3% . Os resultados foram apresentados na terça-feira, dia 29.

    Coordenada pelo professor Luiz Antonio Slongo, a pesquisa contou com o apoio da pesquisadora Lourdes Odete dos Santos e do doutorando Rafael Laitano Lionello. A coleta de dados foi feita com base em entrevistas pessoais, realizadas na residência dos produtores. A população considerada para o estudo foi composta por 91.330 produtores de tabaco da região sul e, para efeitos de amostra, considerou-se um total de 1.145 casos, com erro amostral máximo de 2,9%. A equipe de entrevistadores foi composta por profissionais do CEPA/UFRGS e por entrevistadores recrutados nas próprias regiões de abrangência de pesquisa, todos devidamente treinados. 

    MUNICÍPIOS PESQUISADOS
    Do Vale do Rio Pardo receberam a visita dos entrevistadores produtores de Arroio do Tigre, Boqueirão do Leão, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires.

     

    Renda familiar
    • Considerando-se todas as fontes de renda, os produtores de tabaco da Região Sul do Brasil atingem uma renda mensal total média de R$ 6.608,70;
    • A renda per capita mensal média na população de produtores de tabaco da Região Sul é de R$ 1.926,73, enquanto a renda per capita no Brasil é de R$ 1.113,00 (IBGE, 2015);
    • 62% dos produtores de tabaco dispõem de outras rendas, além daquela proveniente do cultivo do tabaco;
    • Essas outras rendas provêm do cultivo de outros produtos agrícolas (quase 50% dos produtores) e de outras fontes de renda (quase 39% dos produtores);
    • As outras fontes de renda, não relacionadas à atividade agrícola, são principalmente: aposentadorias, empregos fixos ou temporários, atividades autônomas, aluguéis, arrendamentos, ou rendimentos de aplicações financeiras.

    Nível socioeconômico dos produtores de tabaco
    • Os produtores de tabaco da Região Sul do Brasil enquadram-se, principalmente, nos estratos "A", "B1" e "B2";
    • O percentual de produtores de tabaco no estrato "A" é de 6%, o que equivale ao dobro do que é verificado em termos gerais no Brasil. Apenas 2,8% da população brasileira enquadram-se neste estrato;
    • Comportamento semelhante é verificado no estrato "B1". Enquanto no Brasil o contingente de pessoas enquadradas neste estrato é de 3,6%, junto aos produtores de tabaco esse contingente é de 7,1%;
    • A grande parcela dos produtores de tabaco enquadra-se no estrato "B2", com 67,3%. Este percentual corresponde a mais de quatro vezes o que se verifica em termos nacionais, onde, neste estrato, enquadram-se somente 15,1%;
    • O bom padrão socioeconômico dos produtores de tabaco é também ratificado ao se analisar o outro extremo da escala, ou seja, o que corresponde aos níveis mais baixos. Enquanto no Brasil os estratos "C1", "C2", "C3" e "D", abrangem 80% da população, junto aos produtores de tabaco esses mesmos estratos correspondem a apenas 19,6%.

    Quanto às condições dos domicílios
    • Quase 65% têm a alvenaria como material predominante na construção;
    • Quase 90% têm três ou mais dormitórios;
    • Todos os domicílios têm acesso à energia elétrica, via rede geral de distribuição;
    • Quase 99% têm água aquecida, pelo menos para banho, utilizando, para tanto, a energia elétrica.

    Quanto à posse de bens
    • Quase 89% dos produtores de tabaco têm automóvel, sendo que cerca de 61% têm motocicleta;
    • 85% dos produtores possuem trator ou micro-trator;
    • Quase 10% dos produtores de tabaco têm outro imóvel, além daquele utilizado para morar;
    • Mais de 96% dos domicílios têm máquina de lavar roupa e 65% secadora de roupa;
    • 84% têm forno elétrico e 51% têm forno de micro-ondas;
    • 47% dos domicílios têm aspirador de pó;
    • Quase 21% têm ar-condicionado e 75% ventilador.

    Aspectos relacionados a meios de comunicação e entretenimento
    • Praticamente 100% têm televisor a cores;
    • 94,3% têm telefone celular e 14,8% têm telefone fixo residencial;
    • 85,5% dos domicílios têm antena parabólica;
    • Quase 66% têm aparelho de DVD;
    • Quase metade dos domicílios (48,9%) dispõe de computador;
    • 47,5% têm acesso à internet, sendo que 44% no próprio domicílio.

    Preparo do produtor de tabaco
    • Quase 45% dos produtores de tabaco da Região Sul têm mais de 8 anos de estudo, o que corresponde ao  primeiro grau completo, ou mais; dentre esses, 14% têm mais de 11 anos de estudo, o que corresponde ao segundo grau completo e até cursos superiores, completos ou incompletos;
    • 85% deles já fizeram cursos sobre manuseio seguro de agrotóxicos;
    • 45% já fizeram cursos de manejo correto do solo;
    • Quase 50% já fizeram algum curso sobre organização ou gestão de propriedades rurais;
    • Quase 98% se dizem bem informados sobre as técnicas de colheita segura do tabaco; 
    • 98% desses produtores recebem assistência técnica de empresas.