Especialista fala da importância de avaliar cada caso e de visitar regularmente um médico
A incidência de câncer no Rio Grande do Sul é uma das maiores do Brasil. E o tratamento oncológico, mesmo durante a pandemia, precisa continuar. Ele é necessário, aponta o médico oncologista Carlos Barrios, que atua em Porto Alegre e foi o entrevistado desta semana do Arauto Saúde. Conforme o profissional, aproximadamente três mil pacientes morrem todos os anos vítimas da doença na capital gaúcha. “As doenças cardiovasculares, agora, são a segunda causa de morte. Isso indica que precisamos cuidar do câncer e principalmente antes que ele apareça”, frisa. “É fundamental atentar aos detalhes de rastreamento, de fazer exames, de parar de fumar, de fazer exercícios, de cuidados com a obesidade, entre outros”, acrescenta ele, ao lembrar, ainda, que a melhor forma de combater a doença é fazendo o diagnóstico precoce.
E durante essa pandemia, muito se fala sobre os grupos de risco, os que têm chance aumentada de contraírem a infecção. São pessoas com mais de 60 anos, com diabetes, doenças pulmonares e doenças de imunodepressão. “Os pacientes com câncer não estão no grupo de risco. A gente tem que individualizar. Há pacientes de câncer que não têm nenhum risco aumentado e têm pacientes que estão fazendo tratamentos mais complicados, como para leucemia ou depois de transplante de medula – esse grupo precisa de uma preocupação um pouco maior”, observa.
Em relação às medidas que precisam ser tomadas, destaca o médico, o isolamento social é a base de tudo. “Em geral, não existe a necessidade de fazer nada muito além disso, fora as recomendações que todos estão acostumados a ouvir”, sublinha.
Cada paciente oncológico, orienta Barrios, deve procurar o seu médico e discutir com ele se tem um maior risco. “Se possível – e sempre que necessário -, deve continuar com o tratamento oncológico, porque o câncer não espera”, alerta. “Isso não necessariamente vai criar um risco de pegar a infecção”, arremata ele, que pede que os pacientes tenham consciência de não acreditarem em tudo que é comentado ou divulgado.