Superlotação, abandono e maus-tratos: os desafios da Secretaria de Bem-Estar Animal em Santa Cruz

Dando um passo na proteção e no cuidado com os animais, a atual gestão do prefeito Sérgio Moraes criou a Secretaria de Bem-Estar Animal em Santa Cruz do Sul. A pasta tem à frente a vereadora Bruna Molz, eleita no Legislativo no pleito de 2016, e que concentrou seu mandato na promoção de legislação específica para a causa animal. Com experiência no Canil Municipal e como protetora voluntária, a nova secretária se destaca pelo compromisso com os direitos dos animais e com a necessidade de ampliar as políticas públicas no setor.

Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, Bruna afirmou que o objetivo é dar continuidade ao trabalho exercido ao longo dos anos como vereadora. Segundo ela, os animais já são considerados parte das famílias multiespécie – formada pelo núcleo familiar humano em convivência compartilhada com seus animais. Além disso, ela apontou que houve um grande avanço no ordenamento jurídico para garantir seus direitos. “Eles são filhos de Deus igual a nós. Eles sentem tudo igual a nós e merecem proteção. Eles não têm como se comunicar, não têm como pedir ajuda, como gritar socorro. Então, eles dependem da gente”, disse.

Segundo a titular da pasta, a proteção animal vai além da compaixão, trata-se de uma questão de saúde pública e um problema sanitário que afeta diversas cidades. “Se nós tivéssemos começado com castração em massa há 20 anos, talvez não haveria hoje tantos animais abandonados, um canil superlotado. Então, é um trabalho de formiguinha essa questão toda que a gente luta pela castração, pela posse responsável. E nós vamos ver esse resultado daqui a alguns anos”, apontou.

De acordo com a secretária, Santa Cruz enfrenta problemas como a superlotação do Centro de Bem-Estar Animal e o grande volume de denúncias de maus-tratos. Conforme Bruna, 80% das ocorrências registradas na delegacia da cidade estão relacionadas a casos de crueldade contra animais. Sobre as políticas de resgate, Bruna explicou que, atualmente, o município só consegue atuar em situações de emergência, como atropelamentos e maus-tratos. Por isso, ela pede que a população colabore oferecendo água, comida e ajudando na divulgação nas redes sociais para adoção desses animais.

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