Pela manhã, na academia de CrossFit Box 21, foi realizado um treino especial para usuários da Apae
Nesta terça-feira (29), o projeto Esporte ParaTodos – vinculado à Secretaria Municipal de Relações Institucionais e Esportes – promoveu mais duas atividades inclusivas em Santa Cruz do Sul. Pela manhã, na academia de CrossFit Box 21, foi realizado um treino especial para usuários da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). À tarde, alunos do 1º e 3º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Guido Herberts participaram de atividades de atletismo adaptado com a ex-atleta profissional Sabine Heitling. Ambas as ações contaram com a presença do coordenador do projeto, psicólogo Flávio Ramon, e da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Compede), a intérprete de Libras Francine Beatriz da Silva.
Na Box 21, o treino foi conduzido pelo professor Rafael Oliveira, que expressou sua satisfação em participar: “A gente vê nos rostos deles o quanto ficam felizes em fazer algo diferente, que não faz parte do cotidiano. É muito gratificante ver o sorriso dessas pessoas, sentir o bem-estar que surge ao realizarem uma atividade nova, com a qual são pouco familiarizados”.
Já na Emef Guido Herberts, o enfoque foi na conscientização sobre deficiências, por meio de exercícios como arremesso de basquete com os olhos vendados, corrida guiada e vôlei sentado, estimulando o contato físico, auditivo e a percepção espacial. Sabine Heitling, educadora física e ex-atleta de corrida com mais de 20 anos de experiência, orientou as atividades. “Queremos que os alunos compreendam as limitações das pessoas com deficiência, mas também que sintam confiança para apoiar os colegas, fortalecendo os vínculos. O objetivo principal é mostrar que, quando um ajuda o outro, todos podem participar das atividades propostas”, detalhou Sabine.
A iniciativa foi muito bem recebida pelos alunos, que demonstraram sensibilidade com a causa. Yasmin, de 9 anos, compartilhou: “Pude sentir como é ser uma pessoa cega. Quando minha colega Isis soltava minha mão, eu ficava mais insegura. Tenho uma prima de quatro anos que é cega e agora entendo melhor as dificuldades dela para brincar”. As ações na Escola foram coordenadas pelas professoras Marilei Grigoletti e Rosana Kuhleis, com o apoio da supervisora Patrícia Belle. Elas explicaram que essa abordagem inclusiva faz parte também das aulas de educação física na instituição, incentivando a empatia entre colegas.
O projeto Esporte ParaTodos promove a participação de pessoas com deficiência em atividades físicas adaptadas às suas capacidades, em parceria com profissionais de educação física que contribuem de forma voluntária. As atividades são realizadas nas escolas e instituições de apoio e, por vezes, também no ambiente de academias locais.
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