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“Ele pode ter dormido. Mas se dormiu, foi de bêbado”, rebate promotora

Publicado em: 29 de julho de 2024 às 17:55 Atualizado em: 30 de julho de 2024 às 09:34
Promotora rebateu falas da defesa | Divulgação
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Com acusações acaloradas, segue julgamento do réu Afonso Amaro do Amaral Portella pelo acidente que matou três pessoas em 2014

O júri sobre o acidente ocorrido em 14 de novembro de 2014, na RSC-287, em Vale do Sol, que iniciou às 10 horas no Fórum de Vera Cruz, segue.  Após a defesa fazer suas manifestações, alegando que o réu Afonso Amaro do Amaral Portella não havia ingerido bebia alcoólica e que geria dormido ao volante, foi a vez da acusação rebater. A promotora do Ministério Público, Maria Fernanda Cassol Moreira, rebate as falas da defesa sobre a embriaguez do tenente Portella e traz testemunhos de dois médicos que atenderam a ocorrência na cena do acidente. Ambos afirmaram que o tenente Portella tinha hálito etílico.

A promotora frisou que o exame de urina atestou presença de álcool e que o documento da coleta tinha a assinatura do réu, contestando a versão da defesa de que a coleta teria sido feita sem o conhecimento do réu. Também foi apresentado o testemunho de um motociclista que presenciou o acidente e prestou depoimento para a polícia, afirmando que o veículo fazia zigue zague na pista e que ele estaria a mais de 100 quilômetros por hora. “Ele pode ter dormido. Mas se dormiu, foi de bêbado”, declarou a promotora.

Para Maria Fernanda, “ele bebeu e dirigiu em alta velocidade em uma rodovia. Isso é dolo eventual”. Ela trouxe mais informações sobre o réu. No histórico do tenente Portella: em 2017, uma infração por habilitação cassada e outra por se recusar a fazer o teste do etilômetro, além de outras duas infrações por dirigir sem cinto de segurança. “Uma pessoa que já tinha o histórico. Ele sabia que iria dirigir por mais de duas horas em uma rodovia. Uma pessoa que toma essas atitudes não tem preocupação pela vida de terceiros e nem a dele própria”, considera.

A advogada Tatiana Borsa endossou as palavras da promotora. “O que aconteceu aqui foi a dilaceração de uma família. E não adianta dizer: ‘a minha vida destruiu’. Não.O seu Afonso pode comemorar Dia dos Pais, Dia das Mães. O que eu mais prezo é poder tirar uma foto com meu pai e minha mãe, e isso as Anas não tiveram. É poder caminhar com meu pai e não ficar o dia tentando descobrir o que o pai quer comer”, salientou.

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