Júri iniciado na manhã desta segunda-feira, no Fórum de Vera Cruz, causa comoção popular e deve se estender ao longo do dia
“A gente não quer imaginar que a vida da minha avó, meu avô e minha mãe não valha nada. Que isso se encerre, mas de forma justa”, clamou Ana Luiza dos Santos, na frente do Fórum de Vera Cruz, na manhã desta segunda-feira (29), quando iniciou o júri envolvendo o réu Afonso Amaro do Amaral Portella.
Tenente-coronel aposentado da Brigada Militar, ele foi indiciado pela morte de três pessoas, a mãe de Ana Luiza, Vitória Morsch dos Santos, e seus avós Hugo e Herta Morsch, em acidente de trânsito ocorrido em 14 de novembro de 2014, na RSC-287.
O réu, indiciado por triplo homicídio, lesão corporal grave e lesão corporal gravíssima, com dolo eventual,chegou ao local com forte esquema de proteção montado pela Brigada Militar (BM). Na frente do Fórum, familiares, amigos e conhecidos da família que foi dilacerada pelo acidente realizavam manifestações com cartazes. O pedido principal é por justiça.
Ana Luiza e o pai, Jorge, sobreviventes daquele acidente, foram os primeiros a falar. O reflexo daquele acidente se perdura, assim como suas sequelas, em todos dias ao longo dos anos, disse Ana Luiza, que frisou que não aguenta mais chorar e quer um desfecho justo. O Conselho de Sentença é formado por seis mulheres e um homem e o júri, iniciado às 10 horas, é presidido pelo juiz Guilherme Roberto Jasper, tendo um salão completamente lotado.
Jorge Antônio dos Santos, o Jorginho, a cada frase dita com dificuldade, devido às sequelas do acidente, era possível ouvir a família chorando. Ele, inclusive, não recordou o nome da esposa, Vitória, que morreu naquela tragédia.
Na sequência, Ana Luiz dos Santos, que na época do acidente tinha 13 anos e ficou ferida, relembrou momentos do acidente, as reações que teve quando recebeu a notícia do falecimento dos familiares no hospital.Ela tem nas mãos as notícias do acidente em jornais e fotos da família.
“Tu matou a minha mãe. Tu me privou de tanta coisa, de viver com a minha família. Tu não matou só minha mãe e meus avós, tu também tirou 80% da vida do meu pai e muito da vida das minhas irmãs”, disse ela mirando o réu.
Também foram ouvidas duas testemunhas que falaram da conduta do réu e ele, Portella, no interrogatório, declarou que não lembrava de muitas coisas, mas que preferia ter morrido no lugar das vítimas.
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