Radialista comemorou mais um ano de profissão nesta semana
Uma das vozes mais conhecidas no rádio da região completou 40 anos de carreira nesta quinta-feira (26). Mas, como todas as grandes realizações, elas começam com um sonho e uma forte paixão.
Marcada por muita força de vontade, essa história se inicia em 1972, aos dez anos de idade, em seu pequeno quarto, Marco Antônio Doesse, baixava o volume do rádio e lia os recortes de jornais, imitando os locutores da época, fazendo do cantinho um estúdio arquitetado na imaginação de criança. “Eu sou apaixonado pelo rádio e sempre ouvi desde pequeno, era o meu passatempo e minha brincadeira favorita […] lembro que colocava o radinho de pilha embaixo do travesseiro e ficava escutando, torcia para não ter chuva, para não dar interferência. Assim eu aprendi muito, acompanhando as grandes vozes […] Silvio Santos foi minha inspiração, como não tinha televisão, eu ia em uma vizinha e ficava lá assistindo o programa dele, adorava a forma como ele comunicava, e muita coisa que ele criava na televisão se adaptou para o rádio”, relata o radialista.
Anos se passaram e aquele sonho de infância ainda permanecia. Após trabalhar no Senai de Novo Hamburgo conseguiu emprego na Rádio Progresso do município, no entanto, iniciando como operador de áudio. Mas, teve sua carteira assinada pela primeira vez como locutor em 1980 na emissora Taquara, no Vale do Paranhana. “Naquele dia eu fiz um teste gravado às 19h e às 20h eu recebi o retorno de que estava aprovado e poderia começar no outro dia […] imagina, com menos de 18 anos, sozinho no município de Taquara, morando em uma pequena pensão […], porém, comecei a viver o mundo do rádio na Progresso, a qual eu posteriormente recebi convite para trabalhar novamente, e foi uma grande conquista, pois era na minha cidade natal, no local onde sempre sonhei em atuar”, relembra Doesse.
Muitas modificações no rádio ocorreram nesses 40 anos de profissão, Doesse relembra que, anteriormente, o funcionário permanecia cerca de três meses acompanhando o trabalho para começar a atuar. “Eu tenho até hoje um dos meus primeiros testes de voz gravado em uma fita cassete, e lembro que tinha que ler notícias, ler comerciais e até mesmo animar um programa para ver onde a pessoa se encaixava, após passava por estágio, para aprender e ficava de dois a três meses em laboratório fazendo o rádio, era muito diferente do que é atualmente […] naquela época tinha toca discos, gravador de rolo, microfone e somente depois que vieram os cartuchos, as fitas cassetes, os computadores, nós cobríamos até velório. Por isso digo que o AM é uma escola”, enfatiza Marco.
Em 1992, o hamburguense foi convidado para ser assessor de imprensa do ex-prefeito de Venâncio Aires Almedo Dettenborn, tornando-se o primeiro a exercer o cargo na história da Capital do Chimarrão. Ao longo de dez anos atuou no rádio e na prefeitura em turnos diferentes. “Foi uma experiência muito válida e de muito conhecimento, no entanto, me prejudicou bastante, pois, quando você assume que é gremista ou colorado, os torcedores fanáticos do time adversário não vão te acompanhar mais, não vão te ouvir mais e não tem como conciliar rádio com política […] para fazer a transição eu tive que sair de Venâncio e começar tudo de novo em 2013, indo morar em Lajeado e trabalhar em uma emissora do município”, afirma o radialista.
A paixão que perdura há mais de 50 anos é descrita como algo fundamental na vida de Marco Antônio. “Quando saí da política fiquei um tempo por casa, cerca de três meses, e foi como se eu estivesse ficado sem ar. Se eu não estou atuando no rádio é como se eu precisasse de um tubo de oxigênio. Para um radialista ficar sem o microfone é terrível, o locutor que é apaixonado por rádio, que tem o sentimento correndo nas veias, ele não pode ficar longe. Por isso que eu digo, o profissional tem que amar, tem que gostar, tem que passar carisma, não pode ser um personagem […] no ar, dê o melhor de si, dê tudo, leia muito, não seja alienado, no mínimo um jornal por dia ou portais de noticias, para que os ouvintes possam sentir credibilidade, escute outras rádios, não para copiá-los, mas se inspirar. Além disso, os ouvintes valem ouro, se ele optou, com tanta concorrência, permanecer na sua frequência, você é privilegiado”, diz Marco Doesse.
TRAJETÓRIA NA ARAUTO
Marco Doesse foi uma das primeiras vozes a integrar o time de comunicadores da Arauto em 2011. Estreou o programa de maior audiência da emissora o “Costelão da Arauto”. “Fiz parte do primeiro time da Arauto, ela estreou no dia 15 de novembro e no dia 18 eu entrava no ar […] apenas quatro rádios eu tive a honra de retornar mais de uma vez, e a Arauto é uma delas. Saí em 2012 e voltei em 2018 […] sou muito feliz e grato por estar aposentado e mesmo assim continuar fazendo o que amo, e ainda completar 40 anos em uma rádio que é sucesso […] eu amo o que faço, sou intensamente apaixonado e tenho muito orgulho de ser radialista”, ressalta Doesse.
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