Psicóloga Marliza Schwingel destaca que aceitação é a chave para vivenciar o processo do luto da melhor forma
Nesta edição que antecede o Dia de Finados, feriado religioso dedicado às orações e homenagens aos que já partiram, a convidada do Arauto Saúde é a psicóloga Marliza Schwingel.
Segundo ela, o luto é um processo que vivenciamos em quase toda a nossa vida. Geralmente o associamos a morte de alguém querido, um pai, uma mãe, um filho, um marido, mas existem outras formas de vivenciá-lo também, como por exemplo, quando perdemos um emprego que gostávamos e nos fazia bem. “O luto tem várias fases e a mais difícil delas é a inicial, porque está envolta a muito sofrimento, o que acarreta em uma dor muito grande à pessoa enlutada”, ressalta Marliza, lembrando que nós, ocidentais, temos a prática da posse (meu marido, meu filho, minha mãe) o que torna o desapego e o luto ainda mais difíceis de serem vividos.
Dentre as recomendações da profissional, para vivenciar o processo do luto da melhor forma, está exatamente a aceitação dele. Por isso, avalia que numa situação de perda familiar não seja aconselhável dopar o enlutado para privá-lo do sentimento da despedida, por exemplo. Outra orientação é em relação ao pós-trauma, e aconselha amigos e familiares do enlutado a darem espaço para que ele fale sobre o sentimento, as lembranças e para que chore. “Não podemos pedir para não chorar, dizer que a dor vai passar, que não é nada, porque isso significa desvalorizar o sentimento do outro”, alerta.
Cada pessoa tem que ter o seu tempo, diz Marliza. É preciso respeitar o tempo de luto e de desapego. E quando alguém que enfrenta esse processo cai em sofrimento, é preciso buscar ajuda psicológica para elaborar melhor o sentimento que o luto traz.
Confira a entrevista em vídeo: