A bola volta a rolar para os times gaúchos. A retomada será em jogos decisivos, em que é preciso olhar os dois lados de uma mesma moeda. Se ambos terão reforços importantes e voltas de lesão, serão times fragilizados física, tática e psicologicamente.
Inter em campo. O Internacional volta a campo na noite desta terça-feira, na Arena Barueri, para enfrentar o Belgrano, pela Copa Sulamericana. É a retomada da temporada colorada, interrompida pela calamidade climática que atingiu o Rio Grande do Sul e que ainda provoca sérios prejuízos de toda ordem.
No futebol, a bem da verdade o menos importante dos problemas, o Inter voltará a competir numa verdadeira maratona. Entre Sulamericana e Brasileiro, que será retomado no próximo final de semana, serão 6 estádios diferentes nos próximos jogos, treinamentos nômades e uma logística complexa e cansativa.
Para um grupo de jogadores que teve de parar por completo, voltou aos treinos de forma quase improvisada e já vai entrar em jogos com caráter decisivo, precisando performar. O próprio presidente Alessandro Barcelos, em entrevista na última semana, concorda: é muito difícil se projetar o Inter disputando títulos, com o baque sofrido quando a temporada já embalava.
Projeção de time. Se alguma boa notícia há para ser celebrada, é o fato de o Edurado Coudet poder voltar a contar com alguns de seus principais jogadores, que estavam entregues ao Departamento Médico. Com eles de volta, é possível imaginar um Inter com Rochet; Bustos, Vitão, Mercado e Renê; Thiago Maia, Aranguiz e Alan Patrick; Maurício, Borré e Valência. Um time ofensivo e bastante agressivo, mas que talvez marque pouco. O que, em enfrentamentos mais difíceis, pode ser um problema.
Grêmio em campo. Também o Grêmio volta às competições e aos jogos em condições bastante difíceis. Contra o The Strongest, na quarta-feira, pela Libertadores, terá uma decisão. Porque neste momento o tricolor é o lanterna do grupo e precisa vencer, se quiser seguir sonhando com uma vaga à próxima fase.
E terá de vencer, num estágio bastante atrasado de condicionamento físico, sem ritmo de jogo e com poucos treinamentos. Uma preparação, aliás, feita num centro de excelência, o CT Joaquim Grava cedido pelo Corinthians, mas longe de casa e da rotina. O jogo, inclusive, será em Curitiba, no Couto Pereira, a casa improvisada que restou ao Grêmio.
E há, ainda um fator amplamente discutido pelo técnico Renato, nas entrevistas que concedeu. O estado psicológico do grupo de jogadores, depois do que vivenciaram e presenciaram, está abalado e fragilizado. Daí a virar a chave para um ânimo de competição, vai ser uma dificuldade a mais a ser contornada.
Time para a volta. Nesta retomada, o técnico gremista terá retornos importantes, como o Reinaldo e o Diego Costa, mas terá desfalques a lamentar, especialmente Geromel, Pavón e Villasanti, suspenso. Assim, uma projeção de time possível para o jogo de quarta seria Marchesin; João Pedro, Rodrigo Ely, Kanemann e Reinaldo; Dodi, Pepê e Cristaldo; Galdino, Diego Costa e Soteldo.
Unico. A chuva e a umidade não dão trégua. Com o que o futebol amador na região fica praticamente limitado ao futsal e aos gramados sintéticos. No União Corinthians o sábado de muito frio foi de rodada cheia. E de outra vitória dos vera-cruzenses do Liverpool, desta vez contra o Cantareira, 4 a 1. Resultado e placar que reafirmam a força do Liverpool quando contar com seus principais jogadores e com um grupo mais encorpado. O mantra é o mesmo: se focar, é candidatíssimo ao acesso. E ao título.
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