Conta-se que um velho homem analfabeto, trabalhador de uma fazenda, orava com tanto fervor e com tanto carinho que, certa vez, o seu patrão, um homem muito rico, chamou-o e lhe perguntou:
Conta-se que um velho homem analfabeto, trabalhador de uma fazenda, orava com tanto fervor e com tanto carinho que, certa vez, o seu patrão, um homem muito rico, chamou-o e lhe perguntou:
– Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, se nem ao menos sabes ler?
O crente fiel respondeu:
– Grande senhor, conheço a existência de nosso Pai Celeste pelos sinais dEle.
– Como assim, indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou:
– Quando o senhor recebe uma carta como reconhece quem a escreveu?
– Pela letra, respondeu.
– E quando o senhor admira uma joia, como é que se informa sobre a sua autoria?
– Pela marca do ourives, é claro, disse o chefe.
O servo sorriu e acrescentou:
– Quando ouve passos de animais, ao redor da casa, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo, um boi?
– Pelos rastros, respondeu o chefe, surpreendido.
Então, o velho crente convidou-o para ir para fora do galpão e, mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava, cercada por milhares de estrelas, exclamou:
– Senhor, aqueles sinais lá em cima não podem ser de homens!
Naquele momento, o orgulhoso patrão se rendeu às evidências e, ali mesmo, sob a luz prateada do luar, começou a orar também.
Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos, deixa-nos sinais das mais variadas formas: na manhã que nasce calma e silenciosa. No calor do sol que aquece os seres e permite a vida. Na chuva que molha a relva, corre nos leitos dos rios e refresca as areias quentes das praias solitárias.
Os sinais de Deus estão nas pastagens verdes que alimentam o gado e na vida teimosa do sertão esturricado pelo calor escaldante dos verões.
Podemos encontrar sinais de Deus nos campos floridos de todos os continentes e no canto alegre do pássaro que desperta a madrugada.
Vale lembrar que as obras feitas pelos homens são assinadas para que não se confunda o autor. Já as obras de Deus não trazem Sua assinatura pelo simples fato de que só Ele é capaz de fazê-las, ninguém mais.
É por essa razão que Deus não precisa colocar Seu nome numa etiqueta, em cada campina que existe, porque só Ele faz campinas.
Como disse o grande poeta francês Victor Hugo: Deus é o invisível evidente.