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    Maiquel Thessing
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    Ciência, volta às aulas e obras: os planos da Unisc para 2021

    Publicado em: 27 de janeiro de 2021 às 17:03 Atualizado em: 23 de fevereiro de 2024 às 09:28
    Foto: Júnior Garcez
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    Reitora Carmen Lúcia de Lima Helfer reflete sobre os ensinamentos do ano passado e destaca o trabalho da instituição comunitária

    Há 27 anos, o Vale do Rio Pardo conta com os serviços de ensino, pesquisa e extensão da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Uma instituição sonhada e planejada pela Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc), sua mantenedora, fundada em 1962. Desde 1993, quando teve o credenciamento aceito, a Unisc procurou ter suas atividades entrelaçadas com o restante do município e, por conta disso, sempre fez jus ao seu caráter comunitário. Não seria diferente em meio à pandemia da Covid-19, que modificou o modo de viver de um planeta inteiro. 

    Aquilo que a universidade sabe fazer de melhor foi utilizado em prol de toda uma região: transmitir conhecimento. E isso foi feito com doses de solidariedade, seja na fabricação de pães para moradores carentes e na distribuição de barras de sabão, ou no uso da pesquisa para a construção de soluções para minimizar o impacto da pandemia. A reitora Carmen Lúcia de Lima Helfer, em entrevista à coluna Feed de Negócios, relembrou muitas das centenas de ações realizadas durante esse período.

    Os meses, embora difíceis, também foram de aprendizados. “Do sabão ao pão, ao PCR e à pesquisa com Cisvale. São várias coisas que muito nos orgulham. Tínhamos um compromisso de evitar um colapso na saúde de Santa Cruz do Sul e região. Antes mesmo da pandemia, já estávamos estudando a realização dos exames PCRs. Quando tudo começou, paramos três dias e retornamos o ensino aos nossos alunos de forma remota, além de passar a utilizar nossos laboratórios para ajudar a comunidade. Percebemos que tínhamos pesquisa, extensão e ciência para disponibilizar. Nos juntamos a empresas, ao Poder Público, e esses serviços possibilitaram o protagonismo da universidade. Isso foi tão bonito e foi uma das gratificações pra mim em 2020”, destaca.

    Transformação

    Além do protagonismo da Unisc na ciência, em ações em meio à pandemia, sua flexibilidade foi destaque. “Nós transformamos todos os currículos teóricos em virtuais. Nós temos uma forte estrutura de Ensino a Distância desde 2006, além de profissionais qualificados. Em 2019, ampliamos nossa oferta de cursos EAD.  Então, já estávamos expandindo. Com a pandemia, foi uma reorganização no sentido de capacitar os professores com metodologias ativas. A estrutura estava pronta, já tínhamos. Era só usar”, relembra. 

    E a universidade, tradicional no ensino presencial, com mais de 60 cursos e nove mestrados e doutorados, mostrou que está pronta para as mais diversas situações. “Nesse ano, ficamos no ranking entre as 410 universidades mais qualificadas da América Latina. Atribuo isso à qualificação docente, pois 94% dos nossos professores são mestres e doutores. Temos uma infraestrutura qualificadíssima e cursos com excelentes conceitos atribuídos pelo Ministério da Educação. Além disso, uma relevância social a partir dos projetos de pesquisa, ensino e extensão muito vinculados à comunidade. Nós somos de fato uma universidade comunitária e esse é um modelo muito singular no Rio Grande do Sul”, pontua.

    E como será 2021?

    A Unisc monitora a situação da pandemia da Covid-19 para definir de que forma será realizado o retorno das aulas em 2021. De acordo com a reitora Carmen Lúcia de Lima Helfer, a instituição trabalha com dois planos, mas os dois possuem o dia 1º de março, uma segunda-feira, como a data de início do ano letivo.

    Segundo a reitora, em um cenário positivo da pandemia, a universidade estuda a possibilidade de retomar as aulas de forma presencial. Porém, para isso, os decretos da pandemia devem estar mais flexíveis, assim como a vacinação mais intensa. “O plano A é começar presencial, mas não sabemos se iremos conseguir. Se ameaçar a saúde da comunidade acadêmica e estudantes, vamos utilizar o plano B”, destaca. 

    O plano B em questão seria, conforme Carmem Lúcia, o retorno no formato em que as aulas terminaram no dia 15 de janeiro de 2021: com aulas práticas presenciais e teóricas de forma remota. “Estou torcendo para que professores e alunos sejam colocados em grupos prioritários da vacinação. Afinal, a educação não pode parar”, salienta. Mas, se a vacinação não estiver acessível a uma grande maioria, a reitora reforça que o formato de ensino deve continuar o mesmo que já vinha sendo aplicado desde 24 de junho de 2020.

    Investimento em pessoas

    Outro assunto em pauta durante a entrevista com a reitora foi a situação da obra do prédio nas proximidades do DCE, no campus em Santa Cruz do Sul. Segundo Carmen Lúcia, a paralisação ocorreu no momento em que houve mudanças no Fies. “É importante a comunidade saber disso e serei bem transparente. Quando reduziram a oferta do financiamento pelo Governo Federal, nos preocupamos muito com o acesso e a permanência dos estudantes na universidade. Então, o investimento que estávamos fazendo em obras, fizemos em pessoas”, explica.

    Entretanto, a reitora avisa: “vamos retomar o projeto”. Segundo ela, a obra será reiniciada, mas não com a mesma brevidade que estava prevista e nem com a mesma finalidade. “Já teríamos terminado há muito tempo se não fosse isso. Mas, entendemos que a inclusão e a permanência dos nossos estudantes são muito mais importantes. Teremos modificações, mas teremos, sim, o começo do fim”, arremata.