Política

Vereadores propõem lei para primeiros socorros em escolas

Publicado em: 26 de março de 2018 às 08:32 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 20:57
  • Por
    Guilherme da Silveira Bica
  • Fonte
    Assessoria de Imprensa
  • Foto: Divulgação
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    Projeto pede a capacitação do corpo docente e funcional para a prestação de primeiros socorros nas EMEIs e EMEFs

    Começa a tramitar na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul um projeto de lei apresentado pelo vereador Mathias Bertram (PTB) e subscrito por Gerson Trevisan (PSDB) que institui a lei Lucas Begalli Zamora. Ela propõe a capacitação do corpo docente e funcional para a prestação de primeiros socorros nas EMEIs e EMEFs da rede pública, bem como nas Escolas de educação correspondente na rede particular no município de Santa Cruz do Sul.

    Segundo o autor da proposta, vereador Mathias Bertram, é notória a necessidade de intervenção imediata em certos casos de urgência e emergência médicas, mormente quando se tratam de crianças, que envolvem-se nas mais inusitadas situações de risco. Assim, a intervenção deve ser realizada sempre por pessoa capacitada na prestação de primeiros socorros, intervenção que pode ser o grande diferencial entre a contenção de um problema ou seu agravamento.

    Sinistros com crianças e jovens tais como engasgamentos, quedas, eventos convulsivos, paradas cardíacas ou respiratórias, afogamento, cortes, queimaduras e exposição a descargas elétricas são comuns nas escolas. “Estes podem ser administrados de forma eficiente se atendidos imediatamente por adultos minimamente treinados no recinto. São hoje consagradas algumas técnicas de atenção imediata que, quando conhecidas e aplicadas, podem efetivamente ser a diferença entre a vida e a morte de um jovem ou criança acidentada”, cita Mathias.

    O nome do projeto remete ao caso do menino Lucas Begalli Zamora. Em 27 de novembro de 2017, em São Paulo, Lucas, uma criança de 10 anos, engasgou-se com um pedaço de salsicha oriunda de lanche fornecido durante um passeio escolar. Não havendo à sua volta qualquer adulto capaz de aplicar a manobra Heimlich (também conhecida como manobra ou abraço do desengasgo), instalou-se na criança um quadro possivelmente evitável de morte cerebral até que chegassem os profissionais médicos ao recinto. O óbito de Lucas veio a ser registrado dois dias depois desse acidente.

    Essa tragédia levou a família a uma reflexão, e consequentemente, à luta pela aprovação da Lei Lucas, cujo projeto tem sido apresentado em diversos municípios do Brasil, inclusive, em Brasília para que se torne uma lei federal. Até o dia 18 de janeiro deste ano, haviam sido mais de 300, em sete estados. A página da campanha no Facebook já conta com mais de 130 mil seguidores. Diante do exposto, solidários a uma causa humana que tem mobilizado milhares de pessoas por todo o Brasil, este Projeto de Lei visa, proporcionar a pais e mães, um cenário de maior conforto emocional e segurança, sobre seus filhos que estão sob momentâneo cuidado de terceiros.

    Um relatório do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, de 2013, afirmou que de 2001 a 2009 uma média de 12,435 crianças (menores de 14 anos) por ano foram tratadas em Prontos Socorros nos Estados Unidos devido a episódios de engasgos relacionados à alimentação. Ainda sobre engasgos e sufocamentos, estes eventos são responsáveis por quase 40% dos acidentes em crianças menores de um ano de idade no Canadá. Para cada morte relacionada a um engasgo, aproximadamente 110 crianças são tratadas em unidades de emergência para engasgos não fatais. Na União Europeia, a cada ano aproximadamente 20 crianças (até 14 anos) morrem por engasgo com um brinquedo.