No Natal, muitos vão parar nas casas, igrejas, escolas e lojas de toda região
Na infância de seu José Arnildo Finger e seus seis irmãos, em Mato Alto, interior de Vera Cruz, nunca faltava o pinheiro alemão, aquele natural, que era cortado do pátio e colocado na sala. Ele recorda que a vida era simples, e a família gostava de se reunir e enfeitar este símbolo do Natal. Era a mãe quem costurava as bonecas de pano para as meninas, enquanto que o pai fazia os carrinhos para os meninos. Nunca faltou a árvore no lar daquele que mais tarde veio a cultivar pinheirinhos. O pinheiro, como símbolo do Natal, simboliza a vida, pois é uma das poucas árvores que se mantêm verde mesmo no inverno, quando a maioria perde as folhas.
A paixão pela árvore típica do Natal pode ter começado quando criança, mas depois que casou com Maria Teresa e morou em Santa Cruz por um tempo, seu José alugou uma peça em um lugar onde havia muitos pinheiros a contemplar. E dali surgiu um gosto ainda maior. Um desejo que passou a nutrir. “No dia em que tiver meu terreno vou ter os meus pinheiros”, dizia a si mesmo. Quando o casal comprou o terreno em Vera Cruz, isso há 33 anos, José decidiu finalmente realizar o sonho de cultivar seus pinheiros. Comprou mudas e aos poucos foi povoando com a árvore até chegar aos 42 pés que possui hoje. Os pinheiros despertaram o interesse de quem queria manter viva a tradição de enfeitar a casa na época festiva e, assim, seu José passou a vender de 18 a 20 unidades todos os anos, ainda que ele acredite que a média possa diminuir por causa do crescimento das árvores artificiais. Ainda assim, acredita ele, há quem não substitua os naturais por nada.
Faz 28 anos que seu José comercializa o pinheiro alemão e muitas vezes suas árvores são enfeitadas em igrejas, escolas, lojas e, claro, dezenas de residências, isso em toda a região. No começo de novembro as reservas, em casa, começam a acontecer, mas a retirada das árvores acontece apenas em meados de dezembro, para que esteja bonita para o Natal, especialmente pelo calor que costuma fazer.
O gosto de José e Maria naturalmente influenciou seu casal de filhos, Adriana e Luciano, e os netos, Cristian e Vinícius. Para o patriarca da família Finger, o Natal não é Natal sem ter o pinheiro alemão, natural, em casa. “Pra mim, sem o pinheiro natural é como se Deus fosse artificial”, mas respeita a opinião de cada um. Junto da árvore que simboliza o Natal da família, José e Maria não deixam de colocar o presépio no pé do pinheiro e, unidos, rezam o terço. “Para nós, o pinheiro é a presença do nascimento de Cristo. Muitos não lembram mais disso, só pensam no presente, não pensam no verdadeiro sentido da vida”, atesta o aposentado.
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