O Brasil tenta se tornar uma liderança entre os países em desenvolvimento
As relações internacionais do Brasil são um tema amplamente discutido, especialmente no que se refere à tentativa do país de se tornar uma liderança entre os países em desenvolvimento. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News, o professor do curso de Relações Internacionais da Univates, Mateus Dalmáz, comenta sobre os conflitos que vêm sendo observados no Brics.
Criado entre 2006 e 2011, o Brics é um grupo de países que se reúne para discutir temas de economia, cultura e segurança, com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável entre seus membros. O grupo é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e neste ano cinco novos países se juntaram ao bloco: Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irã.
Para o Brasil, assim como para a África do Sul, o objetivo inicial era criar uma oportunidade para ambos ampliarem sua presença no mercado externo e se destacarem como protagonistas do Sul Global. “Com o passar do tempo, os objetivos de alguns atores internacionais mudaram. O Brasil, por exemplo, passou a ambicionar o papel de liderança hemisférica já nas décadas passadas”, explica Dalmáz.
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Para se tornar uma espécie de porta-voz do Sul Global, o Brasil passou a levantar a bandeira do desenvolvimento sustentável, dos direitos sociais, e do combate à fome e à pobreza. Dessa forma, posiciona-se contra conflitos internacionais, visando que os recursos do Hemisfério Norte sejam investidos em negócios no Hemisfério Sul.
No entanto, o professor observa que a economia chinesa passou a dominar grande parte do mercado nos continentes asiático, africano e latino-americano. “O Brasil começou a se preocupar com a possibilidade de que, dentro do Brics, a China se consolidasse como principal liderança, dado o tamanho da sua vantagem econômica. Além disso, a Rússia, ao entrar em guerra com a Ucrânia, passou a usar o Brics como uma plataforma para demonstrar ao Ocidente, especialmente aos Estados Unidos e à Europa, que o país não havia sido impactado pelas sanções econômicas impostas”, destaca Dalmáz.
Essas discussões, segundo ele, não fazem parte das aspirações brasileiras no Brics. “O Brasil gostaria que o Brics fosse uma rede de negócios e investimentos que permitisse ao Sul Global depender menos economicamente do Hemisfério Norte. Mais ainda, que o Brics projetasse o Brasil como uma liderança, capaz de ser reconhecida pelo Hemisfério Norte como porta-voz global”, afirma Dalmáz.
Conflito entre Brasil e Venezuela
Em âmbito sul-americano, o Brasil também tenta se consolidar como uma liderança regional. O conflito entre Brasil e Venezuela surge devido ao desafio da Venezuela à liderança brasileira, especialmente no episódio em que o governo brasileiro exigiu garantias de transparência no processo eleitoral de Nicolás Maduro. “O Brasil não aceita a presença da Venezuela no grupo como um modo de reafirmar sua liderança na América do Sul”, comenta Dalmáz.
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