A dois dias da tão esperada cirurgia, rio-pardense teve o pedido indeferido pelo IPE
O dia 25 de agosto de 2017 era visto pelo sargento da Brigada Militar de Rio Pardo, Marco Antônio Teixeira, como a data do recomeço. Após quatro meses de luta, a cirurgia para a retirada de um raro tumor seria realizada na manhã de hoje. Seria. Dois dias antes do procedimento, a esposa de Teixeira, Cláudia Corrêa Siqueira recebeu a notícia de que o Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPE-RS) não custearia mais a parte da cirugia que caberia ao plano de saúde. Logo, toda a preparação pré-cirurgia, que contou com três anestesias gerais em 90 dias, exames e a busca por documentos caiu por terra. Tudo voltou à estaca zero.
No laudo, o IPE alega que o procedimento com valor estimado em R$ 230 mil ainda é um experimento no Brasil e não consta na Tabela de Honorários Profissionais (THP), por isso o instituto não pode cobrir as despesas. Cláudia Siqueira reclama. "Eles não tiveram o mínimo de sensibilidade, estava tudo marcado. Só descobri que o pedido estava indeferido porque liguei na quarta-feira (23) pra conferir, a pedido do médico do Hospital Santa Rita, em Porto Alegre, que era onde o procedimento seria feito", diz.
Agora, com a negativa da cirurgia, a família recorre à justiça para suspender a decisão. "É extremamente angustiante esse momento que estou vivendo. Minha família, meus amigos, pessoas que eu nem conhecia me ajudaram tanto pensado que hoje eu estaria iniciando minha recuperação, mas não, estou em casa. É complicado até de dizer isso", lamenta.
A cirurgia
Chamada de Peritonioscopia com quimioterapia interadérmica o procedimento é complexo, delicado e de alto risco, por esse motivo são raras as equipes oncológicas que o realizam. São necessários quatro cirurgiões oncologistas, dois anestesistas, dois oncologistas clínicos, fisioterapeuta, nutricionista, além de uma ampla equipe de enfermagem. A cirurgia pode levar até 24 horas com período de recuperação dividido em sete a dez dias de UTI, e depois em torno de três semanas hospitalizado. Apenas dois hospitais realizam a cirurgia no Rio Grande do Sul: Moinhos de Vento e no Hospital Santa Rita, onde ocorreria o procedimento de Marco Antonio.
A doença
Pseudomixoma peritoneal (PMP) é um tipo raro de câncer com registro de um caso para cada 1 milhão de pessoas. É caracterizado pela presença de ascite (acúmulo de líquido dentro do abdome) mucinosa produzida por células tumorais originárias de um tumor de apêndice (mais comumente) ou do ovário. Os sintomas mais importantes são aumento de volume abdominal, emagrecimento, dor abdominal e sintomas mimetizando apendicite aguda. Esta condição clínica progride com disseminação peritoneal, obstrução intestinal e comprometimento nutricional.
Confira mais informações e conheça a história do sargento Marco Antônio Teixeira no vídeo abaixo. Ele fala sobre a preocupação após a negativa de IPE em custear a cirurgia, mas também demonstra esperança e faz planos para o futuro.
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