Representante da campanha, Daniela Silveira, é a convidada desta semana
Representante da campanha Maio Furta-cor, Daniela Silveira, é a nossa convidada para falar de saúde, principalmente relacionada a questão mental, na maternidade.
O que é esta campanha?
É uma campanha de sensibilização para a saúde mental materna, um tema urgente e extremamente necessário. Saúde mental, para qualquer pessoa, é um estado de bem-estar, de qualidade de vida. A gente sente que tem competências, habilidades e que a gente pode utilizar estes recursos, talentos e dons para fazer coisas, viver a vida, fazer a rotina, construir a família, trabalhar, produzir, tudo com tranquilidade e felicidade. Existem os perrengues da vida, mas a gente vai conseguindo ajustar, e quando nos faltam estes atributos, a gente tem um adoecimento mental, uma falta de saúde mental. Na maternidade, todos esses sintomas de adoecimento mental são elevados, eles extrapolam, e isso já começa quando a mulher está em processo de se tornar mãe, durante a gestação. Tanto que a gente não fala mais em depressão pós-parto, hoje a gente fala em depressão ou sintoma depressivo perinatal. Perinatal é o período desde o momento da gestação, onde a mãe está se preparando, a mulher está saindo de seu estado “somente eu” para a ideia de que agora é dois, quando ela está se preparando e tudo está mudando na vida dela. Além dos hormônios, o sistema neural muda quando a mulher está se tornando mãe, ele fica hiperalerta, muito mais do que um pai, por exemplo.
O que te levou a liderar a campanha na região?
Sou treinadora comportamental e trabalho com autoconhecimento. Ajudo as pessoas de alguma forma a serem mais felizes na vida. Quando me tornei mãe, me vi tendo sintomas de transtornos mentais. Minhas emoções ficaram confusas, mesmo tendo muito recurso de informação. Passei pela minha primeira gestação e, na segunda, vi tudo vindo de novo. As mudanças são muito significativas. Aí pensei que se eu, que tenho conhecimento, recursos, passo por todas essas dificuldades e sofrimento na gestação, imagine as mães vulneráveis. Imagine as mães que não têm recursos. Me vi com uma necessidade de missão. Não somente por ser sensível à causa, mas por desejar levar mais longe a informação de que saúde mental materna importa.