Ouvimos: “tempo é dinheiro”. Mas tempo não é dinheiro. Tempo é vida, ou melhor, é a expressão da vida.
Ouvimos: “tempo é dinheiro”. Mas tempo não é dinheiro. Tempo é vida, ou melhor, é a expressão da vida. Quando o tempo chega ao fim, a vida não mais se expressa.
Alguém diz: “quero recuperar o tempo perdido”. Mas tempo não é objeto. E ele não foi perdido. Você pode recuperar uma roupa, uma pasta, um caderno. Mas nunca o tempo. O tempo sempre vai deixando de ser seu, segundo a segundo.
Meu tempo é minha vida. Minha falta de tempo é minha falta de vida.
Se eu digo: “não tenho tempo para você”, leia: não tenho vida para você. Não temos vida em comum. E, logo, não colheremos o que nossa vida em comum poderia gerar. Temos morte em comum. E a morte em comum tem nome: solidão.
Se você diz: “não tenho tempo para estudar”, assuma: “não tenho vida para os estudos”. E você não colherá o que a vida de estudos é capaz de propiciar. Há uma morte de estudos. E a morte do conhecimento tem nome: ignorância.
Então, você pode conhecer alguém solitário, ignorante e rico. E perguntará: por quê? Porque ele pensa que tempo é dinheiro. E dedica a vida a isso.
E se acabar o dinheiro? Pode ser que acabe a vida. Por isso, a falência da empresa é, por vezes, a morte do empresário. Há quem se suicide com a quebra.
Entenda: a forma como você enxerga o seu tempo demonstra a maneira como você enxerga a sua vida. Quando alguém lhe diz: “não desperdice o seu tempo”, escute: “não desperdice a sua vida”. Por isso, relacionamentos fracassados, empregos depressivos e pessoas opressoras não merecem o seu tempo. Porque perder tempo é perder vida. É a morte na vida.
E, confesse, não é isto que temos visto hoje? Mortes andando na rua, mortes carimbando documentos, mortes dando plantão em hospitais. Mortes, de mãos dadas, chegando a eventos, a festas, a ocasiões.
Não abra mão da sua vida. Não abra mão do seu tempo. Vivamos enquanto temos tempo. O tempo é a expressão da vida.