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    Maiquel Thessing
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    Flash Dance: a máquina de fazer festa dos anos 80

    Publicado em: 24 de setembro de 2021 às 15:02 Atualizado em: 02 de março de 2024 às 12:41
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    Idealizador Paulo Roberto Zocchi relembra a trajetória de sucesso da empresa de som mais antiga da região

    Paulo Roberto Zocchi soube, desde muito cedo, o que queria ser quando crescer. Crescido no bairro Goiás, o santa-cruzense presenciava o vizinho, que era dono de uma empresa de som mecânico, carregando os equipamentos no caminhão e se enxergava naquela mesma cena. Alguns anos depois, a imaginação do menino foi se tornando realidade e hoje, Zocchi é lembrado por ter consolidado e, há mais de três décadas, levado alegria à vida das pessoas através dos sucessos tocados pela Flash Dance.

    O desejo de comandar uma equipe de sonorizações era tão grande que esse foi o primeiro e único emprego de Zocchi. As primeiras festas eram na garagem de casa e os equipamentos, feitos de uma maneira muito peculiar. "Eu comecei com 14 anos. Ia até a Viação União Santa Cruz e pegava os alto-falantes que estavam arranhados e eles não usavam mais. Levava para casa e fazia caixinhas de madeira, tudo de uma forma muito artesanal", relembra. 

    Da garagem de casa, Zocchi decidiu ir além e começou a conquistar espaço com o paredão de caixas de som. Inaugurou a Flash Dance em Candelária e, depois de alguns recomeços, passou a tocar em toda a região e ganhou um público que nem ele esperava: o do interior. "O Ullrich foi o primeiro salão do interior onde toquei. Tinha medo, achei que não ia dar certo. Mas foi uma explosão. Eu chegava em casa e já tinha donos de outros salões me ligando para fechar datas", conta. Do Ullrich, a Flash Dance passou pelo Panorama, Kappel e Silva, Fengler, Assmann, Vila Arlindo e tantos outros lugares em todo o Estado, inclusive, que marcaram gerações entre os anos de 1988 até 1995.

    E por falar em marcar gerações, um dos diferenciais do som da Flash Dance – além da vinheta com a voz do comunicador Adriano Moraes – era justamente os sucessos que embalavam os bailes. Até porque, Zocchi nunca mediu esforços para trazer as músicas do momento. "Quando comecei, tinha um paradão nos sábados com as dez mais tocadas da semana. Eu gravava em um rádio gravador para rodar na fita cassete. Depois entraram os cd's e assim foi evoluindo. Mas eu sempre gostei de fazer o lançamento dos sucessos. Tanto que fui várias vezes à Porto Alegre para gravar as músicas mais atuais que tocavam nas rádios. E acredito que isso fazia toda diferença", destaca.

    Além dos grandes sucessos que embalavam as festas, como Reggae Night; Macho Man; Tarzan Boy; Verlieben Verloren; Trouble; Still Loving You; Heaven Words e Whisky a Go Go, a equipe de sonorizações – que teve mais de 20 colaboradores – também ficou conhecida pelos kits com camiseta, cd e adesivo, pela Escolha da Garota Flash Dance, além dos inúmeros flyers e convite descontos que, naquela época, eram uma das formas mais certeiras de divulgação das festas.

    Hoje, ao olhar para trás, Paulo Roberto Zocchi relembra do quão fortes eram as relações construídas a cada baile tocado. "Fiz muitas amizades. O contato era mais próximo, então tudo isso fez com que aquelas fossem as melhores festas da vida". Inclusive, para ele, esse formato de festa deve retornar com força. "As pessoas estão com saudade disso, porque as músicas fazem reviver a época", afirma.