Política

Cuca vira patrimônio de Santa Cruz do Sul

Publicado em: 24 de agosto de 2021 às 13:42 Atualizado em: 01 de março de 2024 às 22:30
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Assessoria de Imprensa
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    Projeto foi aprovado pelo Legislativo por unanimidade nesta segunda-feira

    A cuca vai virar patrimônio de Santa Cruz do Sul. A Câmara de Vereadores aprovou um projeto que autoriza o Executivo a declarar a iguaria, trazida pelos imigrantes alemães, como patrimônio histórico, cultural e gastronômico do município. Segundo o projeto, a cuca divulga as raízes germânicas do município e valoriza a gastronomia dos imigrantes alemães, que povoaram Santa Cruz do Sul.

    O projeto foi aprovado por unanimidade nesta segunda-feira (23) e autoriza o município a promover ações e parcerias com instituições e organismos locais, regionais, nacionais e internacionais, a fim de viabilizar pesquisas, projetos, campanhas, entre outros, relativos à cuca, no sentido de resgatar receitas e transformar esse prato como um símbolo do município.

    Por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo e de outros órgãos da administração municipal, será possível criar grupos de estudos e de trabalhos, para viabilizar programação regular e continuada de ações e atividades a serem desenvolvidas junto às escolas municipais, bem como nas escolas gastronômicas, cuqueiras e atrativos turísticos, no sentido de preservar as receitas.

    História

    A cuca é uma iguaria de origem alemã que chegou ao Brasil com os imigrantes, além de estar muito presente entre os quitutes preferidos em Santa Cruz do Sul, cidade que já virou marca registrada no Estado e no País. Na Alemanha, ela é chamada de Streuselkuchen, que significa “bolo de flocos”. Em alemão, a palavra Kuchen é igual a bolo; Streusel quer dizer granulado ou flocos, traduzindo Cuca de Farofa.

    A Streuselkuchen é originada da antiga Silésia, seguido pela Prússia (Preußen), região da qual um grande número de alemães veio para construir a vida no sul do Brasil, no final do século XIX. O quitute é uma massa coberta por uma farofa crocante, à base de manteiga, ovos, açúcar e farinha, coberto com frutas, que era vendido como uma tradicional e genuína receita; utilizada só em ocasiões especiais tais como Natal, Páscoa ou comemorações de aniversários, pois a farinha e o açúcar eram muito caros.

    Atualmente há diversas variações, com diversidade de farinhas; além das opções doces e salgadas; e das variadas coberturas tais como uva, banana, coco, chocolate, goiabada, ao queijo, nata e as salgadas de linguiça. Hoje em dia, ela é conhecida mundialmente pela facilidade na preparação e pelo singular sabor das misturas dos ingredientes, que desperta o paladar.

    Em Santa Cruz do Sul, a tradicional receita é passada de mãe para filhos desde a chegada dos imigrantes alemães em 1.849, com a intenção de perpetuar tal costume; além de manter a paixão pela iguaria, que está presente desde a antiguidade nas mesas das famílias.

    Presente no dia a dia da nossa gastronomia, a Cuca, nas suas mais diversas variações, vem se notabilizando como uma forma de atrair turistas e degustadores das iguarias. A tal ponto que Santa Cruz do Sul já se consolida como um polo gastronômico com o surgimento de vários pontos especializados em venda de cucas.

    Este fato fez surgir em 2001 a Festa das Cucas, um festival para celebrar a principal iguaria da nossa gastronomia local. A programação ocorre num final de semana e geralmente atrai uma grande gama de turistas, atraídos pelas cucas.