O Inter emendou sequência de bons resultados e briga na parte de cima da tabela. O Grêmio acumula seis derrotas consecutivas
Venceu o clássico. O Inter venceu o Gre-Nal 442, realizado no Estádio Couto Pereira, em Curitiba, por 1 a 0. Vitória num jogo equilibrado, com poucas chances de gol e mais erros do que acertos. Mas foi também a vitória de um time que esteve bem organizado na sua estratégia, maduro e competitivo e que soube aproveitar a chance que construiu. Um time, aliás, em ascensão no campeonato, que faz campanha e que dá ao seu torcedor o direito de, ao menos, sonhar com a briga pelo título.
Encaixado. O Inter, que completou 9 jogos no Campeonato Brasileiro, está muito longe de ser um time brilhante, de futebol vistoso e impositivo. Mas para além de uma campanha de números muito positivos, tem sido, especialmente no recorte mais recente, um time organizado taticamente, encaixado e eficiente. Que eventualmente abre mão de um desempenho mais plástico, em benefício do resultado. E que tem pelo menos dois jogadores que são os condutores da equipe e fiadores do jeito de jogar: Alan Patrick, mesmo voltando de lesão, é o criador, o articulador, o jogador cerebral que leva o time à frente. E Wesley é o jogador da vitória pessoal, do drible e do improviso, quase sempre de forma aguda e em direção ao gol. No restante, é um time que tem conseguido fazer o que precisa, tem conseguido lidar com os desfalques e pontua para estar na parte e cima da tabela. E para sonhar.
Afundado. O Grêmio, que ao perder o Clássico Gre-Nal chegou à sua sétima derrota em nove jogos disputados, seis delas consecutivas, está afundado na vice lanterna da competição. Os resultados são ruins, os desempenhos são ainda piores e a carência de alternativas e de jogadores capazes de dar uma resposta minimamente satisfatória são assustadores. Mas pior mesmo é ouvir as entrevistas e as manifestações do técnico Renato Portaluppi e dos dirigentes. O Grêmio aparentemente não sabe as razões do momento que vive e, logicamente, não sabe que alternativas e que soluções buscar. O técnico clama, quase que colocando os dirigentes contra a parede, por reforços. Mas a julgar pelo histórico dos dirigentes gremistas, há um problema maior e mais difícil de solucionar no Grêmio: não há, no departamento de futebol, alguém que conheça futebol, conheça mercado e tenha habilidade em negociações. Um exemplo disso? Do início do ano até aqui, depois da saída do Luís Suarez, o Grêmio tentou contratar 10 centroavantes. Não teve sucesso em nenhuma das negociações ou especulações. Vai acertar as contratações na janela que está prestes a iniciar?
Zona do rebaixamento. Com 9 jogos disputados, o Grêmio é o penúltimo colocado. Tem 2 vitórias e 7 derrotas e precisa, urgentemente, reagir. E pelo menos pelos próximos 5 jogos, terá de fazê-lo com o mesmo grupo de jogadores. Só depois é que abre a janela de transferências e que algum dos convocados tem chance de retornar. Portanto, até meados de julho, se algo pode ser mudado no contexto gremista, é a comissão técnica. Ou o Departamento de Futebol. Dentro do campo, ainda terá de ir com o que tem.
Copa América. A bola já está rolando para a Copa América dos Estados Unidos. Argentina e Uruguai, dois dos favoritos, estrearam com vitória. Colômbia e Brasil, outros dois bem credenciados, estreiam nesta segunda-feira, contra Paraguai e Costa Rica respectivamente. No caso do Brasil com um time em reconstrução, que aposta muito de suas fichas na dupla do Real Madrid, Rodrygo e Vinícus Júnior e, quem sabe, na estrela do Endrick. Aliás, são justamente estes jogadores, muito queridos pelo torcedor brasileiro, que podem começar a devolver outra qualidade perdida pela Seleção: o carisma. Esta é uma geração ou uma safra indiferente ao torcedor, muito porque vários dos jogadores sequer tiveram carreiras importantes em clubes brasileiros. Logo, são desconhecidos. Com o que não é pequeno o desafio do técnico Dorival Júnior: tem de fazer um time e recuperar o carinho e o apoio do torcedor. Ou seja, tem de começar praticamente do zero.
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