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Polvos de crochê são usados como terapia no Hospital Santa Cruz

Publicado em: 24 de junho de 2017 às 09:25 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 14:34
  • Por
    Bruna Lovato
  • Fonte
    Assessoria de Imprensa HSC
  • Foto: Divulgação Assessoria de Imprensa
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    A intenção é que, quando abraçado pela criança, os tentáculos do polvo remetam ao cordão umbilical

    As crianças recém-nascidas internadas na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) do Hospital Santa Cruz (HSC) contam desde maio com a ajuda de novos amigos no seu processo de recuperação. Por meio do projeto Meu Amiguinho dos Sete Mares, os bebês têm a companhia de pequenos polvos de crochê que são utilizados como recurso terapêutico, transmitindo tranquilidade e proteção ao recém-nascido.

    Conforme a coordenadora da área materno-infantil do Hospital, enfermeira Lis Spat, a intenção é que, quando abraçado pela criança, os tentáculos do polvo remetam ao cordão umbilical e causem sensação de segurança parecida com a do útero materno. Se consolidada, a iniciativa poderá se estender também à Unidade de Terapia Intensiva Neopediátrica.

    Originalmente a ideia surgiu na Dinamarca, no ano de 2013. A primeira instituição a fazer uso desse recurso foi o Hospital Universitário de Aarhus, o qual constatou uma melhora significativa nos sistemas respiratório e cardíaco dos bebês que receberam o brinquedo. No Brasil, vários hospitais têm inserido a ideia às rotinas de suas UTIs Neonatais. “Além da estabilização da frequência cardíaca e respiratória dos recém-nascidos, esta ação produz outros benefícios, como redução da agitação motora, diminuindo assim a retirada acidental dos dispositivos terapêuticos”, explica Lis. “Também acelera o ganho de peso do bebê e incentiva pais e mães a participar do processo de hospitalização do seu filho”, complementa.

    A enfermeira salienta que o brinquedo atende a uma série de cuidados e orientações específicas referentes ao tamanho, material utilizado e manutenção, além de mecanismos para controle de infecção. “Cada polvo será de uso único”, avisa Lis. “Na alta, o mesmo poderá ser levado para casa, com o intuito de auxiliar o bebê a adaptar-se à mudança de ambiente”.

    Para que o recém-nascido receba o polvo é preciso que ele atenda a critérios que são estabelecidos pela enfermeira da unidade e sua equipe. Ao ser selecionado, é feita uma abordagem inicial com os pais explicando os objetivos do projeto e que este instrumento não substitui o Método Mãe Canguru, reforçando a importância do contato entre pais e filho. No momento da alta, os pais também serão orientados quanto ao manejo do polvo em casa. 

    O projeto do HSC conta com a participação das equipes da UCI, da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica, da Residência Multiprofissional em Saúde e da Residência Médica em Pediatria. Todo o trabalho é desenvolvido a partir de doações da comunidade.