Arauto Saúde

Arauto Saúde

Arauto Saúde: Vacina contra HPV

Publicado em: 24 de março de 2023 às 08:18 Atualizado em: 17 de maio de 2024 às 16:01
Foto: Freepik
compartilhe essa matéria

O Arauto Saúde de hoje conversa com a ginecologista e presidente da Apcolu Denise Müller

A ginecologista e presidente da Associação de Prevenção do Câncer de Colo do Útero (Apcolu), Denise Müller, é a convidada desta edição do Arauto Saúde para falar sobre a vacina contra o vírus HPV.

O que é preciso fazer para que as meninas tenham consciência de que precisam se vacinar?

A vacina da HPV, apesar de toda divulgação e campanhas, ainda continua apresentando índices de baixa cobertura vacinal. Hoje, sabemos que ela é uma vacina que está diretamente implicada na prevenção de câncer, de seis tipos de câncer. Não somente o de colo do útero, mas outros canceres que acometem tanto homens como mulheres, como o de cabeça e pescoço e da região íntima. Em relação ao câncer de colo de útero, a estimativa é que, no ano de 2023, 17 mil mulheres brasileiras vão ser cometidas pela doença que, se tivessem recebido vacina na idade adequada, que é na infância e adolescência, no mínimo, 70% delas não estariam doentes.

A vacina é gratuita até que idade?

A vacina está disponibilizada no SUS dos 9 aos 14 anos para meninos e meninas em duas doses. Após os 15, ela pode ser aplicada, mas o esquema vacinal completo custa quase R$ 2 mil e muitos não vacinam. Por isso é importante incentivar as pessoas a procurarem o Posto de Saúde enquanto a vacina é oferecida. 

Como é que o vírus funciona e qual é a importância de os meninos também vacinarem?

Hoje, a estimativa que se tem é de que 80% da população, em algum momento, vai entrar em contato com o HPV. A grande maioria das pessoas não vai saber que isso aconteceu porque as infecções são transitórias e nem sempre surgem lesões que podem evoluir para uma doença pré-maligna ou câncer. O grande apelo pela vacinação é para diminuir a circulação deste vírus. Se conseguirmos vacinar a população da forma adequada, ele não vai existir mais. Homens e mulheres são transmissores, porém, nas mulheres é mais fácil enxergar os problemas e relacioná-los à doença.