A Câmara de Vereadores de Venâncio Aires é palco, nesta sexta-feira (24), de uma audiência pública que discute a concessão do chamado Bloco 2 de rodovias, que inclui a RSC-453 na região do Vale do Taquari, além de outras estradas estaduais e federais no estado. O projeto, anunciado em dezembro pelo Governo do Rio Grande do Sul, prevê um investimento de R$ 6,7 bilhões ao longo de 30 anos, com aporte inicial de R$ 1,3 bilhão.

A audiência desta sexta reúne autoridades, representantes de municípios impactados e a comunidade local para debater o impacto e os benefícios esperados do projeto. A prefeita em exercício de Venâncio Aires, Izaura Landim, ressaltou a importância do evento para apresentar demandas específicas do município e ouvir as propostas do Governo do Estado. Segundo ela, entre as principais solicitações estão a duplicação do trecho urbano da RSC-453, a construção de ruas laterais e passagens seguras para pedestres e ciclistas nos bairros populosos que margeiam a rodovia, como Brands, Macedo, Coronel Brito, Cruzeiro e Brigida.

“A duplicação é algo que precisamos aplaudir, mas o projeto ainda não contempla questões fundamentais para a segurança e a qualidade de vida da nossa população. Precisamos garantir acesso seguro ao distrito industrial, melhorias no perímetro urbano e passagens adequadas para pedestres e ciclistas, principalmente em bairros densamente povoados da zona leste do município”, afirmou Izaura.

Outro ponto de preocupação levantado pela prefeita foi a localização prevista para a instalação de um pedágio próximo à divisa entre Venâncio Aires e Mato Leitão. O valor inicial sugerido, de R$ 3,80, pode impactar financeiramente trabalhadores que dependem da rodovia para se deslocar diariamente. Izaura também alertou sobre a possibilidade de rotas alternativas, como a VRS-806, serem sobrecarregadas, causando danos à infraestrutura local e aumentando o risco de acidentes.

Pedágio e impacto regional

O projeto prevê a instalação de 24 pontos de cobrança por sistema free flow, sendo um deles no quilômetro 10 da RSC-453, na Linha Travessa, no interior de Venâncio Aires. A cobrança proporcional ao uso da rodovia é uma novidade no estado, mas tem gerado preocupações quanto ao custo e à adequação da infraestrutura local.

“Precisamos pensar não apenas na execução da obra, mas também no impacto regional. Venâncio Aires não pode se tornar um ponto de fuga para evitar pedágios, sobrecarregando bairros populosos e trazendo insegurança para os moradores. Nosso objetivo é proteger a qualidade de vida da nossa comunidade”, concluiu a prefeita em exercício de Venâncio Aires.