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Rio Pardo planeja programa de regularização fundiária

Publicado em: 23 de dezembro de 2024 às 15:17
  • Por
    Portal Arauto
  • Colaboração
    NÍCOLAS SILVA E LEANDRO PORTO
  • RIO PARDO AO RECEBER AS MORADIAS PROVISÓRIAS | BÁRBARA BOROWSKY
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    Demanda por moradias após a enchente reforça déficit habitacional já existente e mobiliza Governo Municipal

    Os reflexos da enchente histórica ainda são sentidos em muitos municípios que buscam se reerguer e expõem suas carências. Em Rio Pardo, Luiz Elcides, secretário municipal de Planejamento, Indústria e Comércio, foi entrevistado pela Arauto News para uma avaliação do ano que se encerra, desafios futuros e demandas que ainda batem à porta do governo. E uma das principais está na moradia digna à população que mais precisa, seja com a garantia das casa, seja com a regularização do seu imóvel.

    Elcides destacou que foi preciso mobilização para ajudar a tantas pessoas atingidas pelas cheias em Rio Pardo. O município já possuía déficit habitacional, frisou ele, com famílias que vivem em moradias mais precárias, então o Governo Municipal trabalha em projetos nessa área.

    Em conversa recente com Carlos Gomes, secretário de Habitação do RS, revelou das tratativas para encaminhar mais moradias ao município. Ainda há famílias em aluguel social e alojadas em casas de parentes, especialmente na região conhecida como mutirão do Camargo, na zona rural que foi muito atingida, disse ele.

    Mas o Município desapropriou área e está em fase de implantação das habitações. “A gente conseguiu mais 20 moradias para colocar as famílias de forma provisória e o governo acenou com mais moradias definitivas para acomodar essas famílias depois”, afirma o Secretário, destacando também a conversa com RGE e Corsan para deixar a estrutura de luz e água de acordo.

    Ao mesmo tempo, outra frente atua no bairro Pinheiros, onde há 20 famílias alocadas em casas provisórias, e Elcides falou que veio do Estado a sinalização e definição de 30 moradias permanentes para instalar no local. Será preciso fazer terraplenagem no local, o que será licitado, para que o Estado comece a instalar essas moradias.

    Outra negociação é com a Caixa Federal, para 50 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, acrescentou. “Em um curto período de tempo teremos mais 100 moradias permanentes para alocar as famílias, primeiramente as atingidas pela enchente e depois para assentar aquelas que estão em situação precária”, sublinha.

    Elcides frisa que apesar das conquistas, o governo ainda busca captar mais moradias, porque existem famílias em áreas de risco. “Compromisso que temos em oferecer lugar melhor para elas”, destacou, sinalizando a existência de outro empreendimento alinhavado para realocar mais famílias.

    Considerando a questão habitacional como uma prioridade, Elcides aponta que uma das metas da nova gestão é a criação de um grande programa de regularização fundiária no município.  “Será criado departamento de habitação para que as famílias tenham documentação, tudo regulamentado, para que possam se habilitar a um financiamento, a um programa como Minha Casa, minha Vida, por exemplo”, externa.

    Geração de empregos

    Em sua pasta, que trata de Planejamento, Indústria e Comércio, Luiz Elcides reconhece que Rio Pardo está em localização estratégica no Estado, e tem trabalhado na geração de empregos com a atração de empresas. “Tínhamos entendimento que era preciso ajustar algumas questões no município, como lei de atração de investimento”, descreveu, citando empregos gerados no ramo calçadista e a possibilidade de expansão, assim como outras negociações em vista, mas frustradas em função da ineficiência energética, o que vem sendo trabalhando com a concessionária.

    É preciso que haja nova linha de transmissão passando por Rio Pardo, atesta o secretário. “A rede é muito antiga e isso nos prejudica na atração de empresas. Se cabe ao empreendedor fazer esse investimento, acaba escolhendo onde o custo de implantação é menor. A gente precisa construir juntos isso”, frisou, referindo-se ao Governo do Estado, sabendo que a negociação é complexa.

    Também frisou do olhar atento para as empresas já instaladas e outros setores, como o agronegócio. 57% da economia da Cidade Histórica é voltada à agricultura, “fizemos programa de juro zero para alavancar o negócio”. Elcides reconhece que Rio Pardo precisa ter atrativos para as empresas se instalarem ali e citou as grandes cooperativas que apostaram em Rio Pardo para se desenvolver. O governo busca, inclusive, um novo distrito industrial para alavancar o progresso no município. “São coisas que a gente vem organizando para manter as empresas que a gente tem e proporcionar atrativos para novas”, sublinha.

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